Impostômetro

2 de abril de 2013

ALIMENTOS ORGÂNICOS NO BRASIL E NO MUNDO.


PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS NO BRASIL E NO MUNDO.
Arielli Carla Fernandes Santos
Claudiene Martins Ribeiro
Daniela Cunha Ferreira
Wellyda Núbia Pereira dos Santos
1- INTRODUÇÃO
A agricultura orgânica é um sistema de produção que evita ou exclui amplamente o uso de fertilizantes, praguicidas, reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal compostos sinteticamente. Tanto quanto possível, os sistemas de agricultura orgânica baseiam-se na rotação de culturas, estercos animais, leguminosas, adubação verde, lixo orgânico vindo de fora da fazenda, cultivo mecânico, minerais naturais e controle biológico de pragas para manter a estrutura e produtividade do solo, fornecer nutrientes para as plantas e controlar insetos, ervas daninhas e outras pragas (USDA, 1984,10).
As condições de umidade e aeração e o equilíbrio do meio ambiente são fatores determinantes para a sobrevivência desses microorganismos e, conseqüentemente, sua utilização como agentes protetores e preservadores do solo. Por essa razão, uma das principais práticas utilizadas nos cultivos orgânicos é o fornecimento e/ou preservação de microorganismos do solo, para que as condições ideais de transformação biológica sejam asseguradas (BNDES Setorial 2002).
Em um contexto de temor frente aos riscos alimentares promovidos pelos malefícios causados pelos agrotóxicos, às dúvidas com relação aos organismos geneticamente modificados, o aparecimento de doenças como a vaca-louca e, a recente gripe aviária e a contaminação por dioxina na Bélgica, vêm despertando interesse não só aos pesquisadores e cientistas, mas a grande parte da população mundial.
Os produtos orgânicos por serem cultivados sem o uso de adubos químicos ou agrotóxicos são alternativas mais saudáveis para o ser humano e também para o meio ambiente. Embora a busca por uma alimentação mais saudável venha sendo orientada por conhecimentos científicos relacionados à saúde do ser humano e do planeta, seu consumo efetivo, ainda, permanece restrito às parcelas populacionais de nível sócio-econômico mais elevado. Torna-se, portanto, uma responsabilidade social das Instituições de Pesquisa e poder público levar estes benefícios para as populações mais carentes.
  1. Tema do Trabalho de Conclusão do Curso de Tecnologia de Alimentos da Faculdade Montes Belos, em São Luis de Montes Belos.2- Acadêmicas do Curso de Tecnologia de Alimentos da Faculdade Montes Belos - FMB. e-mails: arielle_carla@hotmail.com; claudiene_martins@hotmail.com; wellyda.tec.alimentos@gmail.com3- Orientadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Tecnologia de Alimentos; Engenheira de Alimentos, Professora, Janaína Pereira Macedo . e-mail: janainapm@gmail.com
2 – DESENVOLVIMENTO
2.1 A agricultura orgânica no Brasil
Segundo, Santiago e Harkaly (IBD), o consumo de produtos orgânicos no Brasil está ao redor de 1% de todo o mercado de alimentos, ou seja, há muito espaço para crescer. Cerca de 70% da produção orgânica vendida no Brasil é vendida em supermercados. Dos países da América Latina, o Brasil é o país com maior consumo de produtos orgânicos. O mercado no Brasil, considerando-se o agregado de todos setores, cresce firmemente, resultado da percepção dos consumidores sobre a qualidade do produto orgânico em relação ao convencional, dos benefícios para a sua saúde e para o meio-ambiente. Com a sua grande área agrícola, o Brasil tem condições de clima e de solo que possibilitam produzir ampla gama de produtos orgânicos. No inverno, que em grande parte do hemisfério norte não se pode produzir, continuamos produzindo normalmente em várias regiões, inclusive com irrigação, (IBD). Todavia, sentimos a necessidade de uma campanha de esclarecimento para os consumidores brasileiros, sobre o que é o produto orgânico e quais são as suas vantagens para a saúde e para o nosso planeta. A maioria dos consumidores desconhece isso. Paralelamente, é preciso organizar e planejar melhor a produção, para atender demandas, por exemplo, dos supermercados, que exigem entregas certas e freqüentes, e demandas de importadores europeus e norte-americanos – estes querem produtos, como frutas, cuja produção orgânica é menor que as quantidades que possibilitam exportar economicamente. A regulamentação da lei, recentemente completada, tornará claras, para o investidor, o importador e o consumidor, as normas de produção do produto orgânico brasileiro, o que deverá promover o crescimento da produção e das vendas. Nos Estados Unidos e na Europa, a produção e o consumo de orgânicos deram um salto, após a aprovação das suas respectivas leis. (Santiago e Harkaly).
Estima-se que haja no Brasil quase 1,5 milhão de hectares em produção orgânica, sem contar a produção extrativista orgânica na região Norte do Brasil. Proporção entre pequenos, médios e grandes produtores: não há estatística a respeito, mas pequenos e médios devem perfazer mais de 95% dos produtores orgânicos no Brasil. E ainda: • O Brasil tem o maior mercado consumidor de orgânicos da América do Sul e este mercado está em crescimento; • O Brasil é considerado pelo principais importadores de orgânicos – EUA, União Européia e Japão – como o país de maior potencial de produção orgânica para exportação; • Cerca de 70% da produção orgânica brasileira (em valor) é exportada. O Brasil exporta produtos orgânicos, principalmente soja, café e açúcar, para a Europa, Japão e Estados Unidos. Nesses países, principalmente nos EUA, a demanda por produtos orgânicos é crescente. Estima-se que o mercado de orgânicos no mundo supere 50 bilhões de dólares por ano. O Brasil é forte na produção orgânica de açúcar, soja, café, óleos, amêndoas, mel e frutas. Há uma demanda mundial reprimida de frutas orgânicas. Óleos essenciais orgânicos estão em alta, com o crescimento do mercado de cosméticos orgânicos. No Brasil, o sistema orgânico de produção está regulamentado pela Lei Federal no 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que contém normas disciplinares para a produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e certificação da qualidade dos produtos orgânicos, sejam de origem animal ou
vegetal. (Borguini et al).2.2 A agricultura orgânica nos principais países produtores
Desde o início da década de 1990, segundo Darolt (2000), o sistema de agricultura orgânica tem se desenvolvido muito rapidamente na Europa. Com aproximadamente 80 mil propriedades orgânicas nos principais países da Européia, cobrindo uma área em torno de 2 milhões de hectares.
A Áustria é o país da União Européia com o maior percentual de agricultores orgânicos (8%) e também possui a maior área orgânica proporcionalmente cultivada (10,1%). Segundo Willer apud Neves (2003, p.332) em algumas regiões do país, como Salzbourg e Tyrol, 50% dos agricultores já são orgânicos. A Suíça, que não faz parte da União Européia, é outro país que apresenta cifras acima da média em agricultura orgânica, com cerca de 6,7 % da área total cultivada com agricultura orgânica e 5,5% dos agricultores são orgânicos.
Mundo: Visão Geral dos mercados de Alimentos e Bebidas Orgânicos (US$ milhões)
Fonte: Fonseca (2005), com base em dados da ITC (2000; 2003a).
Nota: 1 Finlândia, Grécia, Irlanda, Noruega, Portugal e Espanha. Para 2003, inclui Irlanda.
A Alemanha foi o primeiro país do mundo a criar um organismo para inspeção e
controle da produção orgânica. Porém, o desenvolvimento do sistema ocorreu, significativamente, a partir de 1970. Em 1988 foi fundado um organismo responsável pelo controle das organizações certificadoras e que também ajuda os consumidores em casos de fraude. O crescimento da agricultura orgânica na Itália tem surpreendido nos últimos anos.
Segundo estatísticas de 1998/1999, a Itália é o primeiro país da União Européia tanto em termos de área total cultivada (564.913 ha) como em número de produtores (29.390).
Os países situados mais ao norte da Europa como Suécia, Dinamarca, Noruega e Finlândia também apresentam um rápido crescimento, motivado pelo aumento da demanda dos consumidores. A área em agricultura orgânica nesses países varia de 2 a 3,5%. Os governos da Suécia e Finlândia, por exemplo, fixaram como objetivo a conversão de 10 % das unidades de produção para os próximos anos.
Na França, cabe destacar um aumento significativo de algumas produções animais na linha orgânica, sobretudo o frango orgânico que teve taxas de crescimento de 135% nos últimos dois anos, além da produção de porcos (39%), ovelhas (35%) e leite (19%).
Mundo: área sob manejo da agricultura orgânica em 2004 (percentagem)
(Willer e Yussefi, 2005). Os mercados de produtos orgânicos certificados apresentaram taxas elevadas de crescimento na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, bem como em muitos países de baixa renda (PBR), na década de 1990. Na União Européia, a taxa média anual de crescimento girou em torno de 25% nos últimos dez anos.
CONCLUSÃO
Com o presente trabalho, conclui-se que alimentos orgânicos são mais do que um produto sem agrotóxicos, mais é o resultado de uma produção agrícola, que maneja o solo para equilibrá-lo, para esse tipo de produção, visando a qualidade do alimento.
Os alimentos orgânicos vem crescendo no Brasil de forma rápida, devido aos brasileiros aprovarem a idéia de ter em sua mesa um alimento saudável e que ainda não prejudique ao meio ambiente.
O clima no Brasil é considerado propício para o cultivo de alimentos orgânicos, pois se é possível produzir o ano todo.
Uma grande área já é utilizada no Brasil, para plantação de orgânicos, mas se espera que com a regulamentação da lei, o plantio e as vendas cresçam ainda mais pois estará tudo claro para consumidor e produtor.
Não é só no Brasil que os orgânicos vem ganhando mercado, em vários países da Europa o sucesso se repete.
Um exemplo é a Alemanha o primeiro país que criou um órgão para tratar sobre a inspeção e controle de produção orgânica.
Apesar do crescimento na comercialização de alimentos orgânicos não só no Brasil mais em grande parte do mundo, muitas pessoas ainda não tem acesso aos orgânicos, muitas vezes por seu preço ser mais elevado do que de outros alimentos, outras porque não tem conhecimento de seus benefícios a saúde, ou até mesmo não conhece esse cultivo de alimentos que são comercializados in natura, certificados e inspecionados, inspirando segurança ao consumidor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A agricultura orgânica no Brasil- Disponível em < http://www.ibd.com.br/ > Acesso em 22/11/2010.
LAFORGA,O mercado de produtos orgânicos: abordagem da produção orgânica no município de Itápolis, SP,BRASIL.
ARAUJO,RODRIGUES,BRITTO, Dificuldade na expansão de produção e comercialização de produtos orgânicos em uma pequena associação de produtores rurais de Juazeiro –BA.BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 15, p. 3-34, mar. 2002.
Borguini et AL, Alimentos orgânicos: Qualidade Nutritiva e Segurança do alimento.
BUAINAIN, BATALHA. Cadeia Produtiva de Produtos Orgânicos. Brasília
: IICA : MAPA/SPA, P.108 ; (Agronegócios ; v. 5), 2007.

Tecnologias para agricultura orgânica são apresentadas na Bio Brazil Fair


Tecnologias para agricultura orgânica são apresentadas na Bio Brazil Fair (07/05/2007)
Ações do documento
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A Embrapa Agrobiologia (Seropédica/RJ), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e  Abastecimento, apresentará na Bio Brazil Fair 2007(São Paulo/RJ), de 3 a 6 de maio em São Paulo, tecnologias voltadas para a redução dos impactos da agricultura no meio ambiente, como por exemplo, a prática de Adubação Verde , Cobertura Viva do Solo com Leguminosas e o Sistema Integrado de Produção Agroecológica. O público do evento poderá ainda degustar biscoitos de araruta orgânica cultivada na Fazendinha Agroecológica e processados pela Embrapa Agroindústria de Alimentos.  Também serão apresentadas miniaturas de minhocários de bambu  e de acrílico para que os visitantes possam conhecer e entender como acontece o processo de vermicompostagem e produção de húmus

Para quem busca informações sobre agricultura orgânica, a Embrapa Agrobiologia vai apresentar ao público do evento os livros: Agricultura Orgânica - uma estratégia para o desenvolvimento de sistemas agrícolas sustentáveis , A História do Seu João das Alfaces, Adubação Verde com Leguminosas e 

Adubação verde

A adubação verde é uma prática que consiste no plantio de espécies capazes de reciclar os nutrientes para tornar o solo mais fértil e consequentemente mais produtivo. A Embrapa Agrobiologia vem pesquisando o uso de plantas que servem como adubos verdes, em especial as leguminosas. Estas espécies são capazes de se associar a bactérias presentes no solo e transformar o nitrogênio do ar em compostos nitrogenados. 

O uso de adubos verdes significa também uma economia para o agricultor porque ele pode reduzir ou até eliminar o uso de fertilizantes minerais nitrogenados. Além disso, a adubação verde contribui para uma maior sustentabilidade da agricultura, garantindo a conservação de recursos naturais. 

Cobertura Viva do Solo com Leguminosas

A técnica de cobertura viva com leguminosas consiste em utilizar plantas da família das leguminosas para cobrir todo o solo na área de cultivo. São várias as vantagens do uso desta cobertura viva,  entre elas, está o controle da erosão pois a superfície do solo nunca fica desprotegida ao contrário do plantio convencional.           Outra vantagem é que o uso de coberturas vivas protege o solo de chuvas intensas, além de favorecer a reciclagem de nutrientes e estimular os efeitos benéficos trazidos pelos microrganismos. No caso de leguminosas, plantas capazes de se associar a bactérias fixadoras de nitrogênio, as coberturas vivas ainda contribuem para o fornecimento desse nutriente para as plantas cultivadas.

Sistema Integrado de Produção Agroecológica-SIPA

Criada em 199O, o SIPA (Sistema Integrado de Produção Agroecológica), também é conhecido como Fazendinha Agroecológica Km, tem sido a base para as pesquisas em agricultura orgânica realizadas pela Embrapa Agrobiologia. O projeto é uma parceria entre a Embrapa (Embrapa Agrobiologia/Embrapa Solos), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e Pesagro – Rio (Estação Experimental de Seropédica). Trata-se de uma área de aproximadamente 60 hectares, situada na Baixada Fluminense (RJ). A Fazendinha  propicia pesquisas de campo, dentro de um sistema multidiversificado, sem o uso de agroquímicos sintéticos, enfatizando a integração lavoura-pecuária.

Num solo considerado pouco fértil, são cultivadas, sem o uso de agrotóxicos,  mais de 50 espécies de plantas, incluindo frutíferas variadas, hortaliças e cereais.  A Fazendinha oferece ainda treinamento e capacitação para estudantes de todos os níveis, profissionais das Ciências Agrárias e agricultores. 

A Bio Brazil Fair – Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia acontece de 3 a 6  de maio, pelo terceiro ano consecutivo, no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera.  O evento que apresentará aos visitantes profissionais e público em geral as novidades no setor de orgânicos e espera receber 20 mil pessoas, superando os 18.700 visitantes de 2006.



Ana Lucia Ferreira(MTb 16913/RJ)
Contatos:(21) 2682-1500   R:237/245
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