Impostômetro

23 de novembro de 2013

100 IDEIAS PARA MONTAR SEU NEGOCIO

Aqui vai 100 ideias para se ter um negocio visando a sustentabilidade


R$ 530.000
19. CHIPS PARA SISTEMAS DE ECONOMIA DE ENERGIA Economizar energia é um dos mantras da economia sustentável. O empreendedor Tiago Sampaio Lins, 30 anos, foi mais fundo na questão e chegou ao nível dos chips — mais especificamente os que comandam carregadores solares para celulares, tablets e notebooks. Ele e sua sócia, Marília Lima, 35 anos, criaram a SILICONREEF em 2008 e desenvolveram o microchip EH01, que tem como tarefa gerenciar o processo de captação de energia solar de modo mais eficiente e armazená-la para ser usada depois. Para isso, configura o painel do aparelho de modo que funcione da melhor maneira conforme a luminosidade disponível. Assim, o sistema sempre usa sua capacidade máxima de produzir eletricidade. A invenção também pode ser usada em outras fontes renováveis de energia e em sistemas sem fio. Para chegar a essa solução, a dupla se beneficiou de um programa do governo federal de incentivo na área de microeletrônica, o CI Brasil, e passou pela incubadora C.E.S.A.R., no Recife. Após três anos de pesquisa e levantamento de fundos, a SiliconReef se prepara para lançar o chip no segundo semestre deste ano. A previsão é faturar R$ 1 milhão em 2012. “Buscar fontes alternativas de energia mais eficientes é uma tendência no mundo, então o produto também é focado no mercado internacional.” Por falta de fabricantes que dominem a tecnologia, o EH01 é fabricado na Alemanha. 


ESTRUTURA: R$ 500.000 (escritório, softwares para o projeto e pagamento por uso de laboratório de terceiros, desenvolvimento e lançamento) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 30.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 (após o lançamento do produto) 
FUNCIONÁRIOS: 4 (3 em pesquisa e desenvolvimento e 1 em gestão e vendas) 
PRAZO DE RETORNO: 48 meses 




R$ 930.000
20. CONSULTORIA E SOLUÇÕES VERDES 

Editora Globo
BALANÇO SUSTENTÁVEL | André Baptista na pista de dança que gera energia: parceria com empresa holandesa
Quando atuava no Greenpeace, o biólogo André Baptista, 26 anos, se incomodava ao ouvir um comentário frequente: não adianta pregar o que não é bom fazer, sem oferecer alternativas viáveis. “É importante subsidiar a mudança”, afirma. Esse é o motor da ECOGREENS, empresa que abriu em 2010, em São Paulo, com o sócio Marcelo Araújo, 35 anos, para dar consultoria sobre ações sustentáveis e desenvolver produtos e soluções verdes. O primeiro projeto foi uma bicicleta em que as pedaladas geram energia. Eles desenvolveram e fabricaram a magrela, usada para alimentar a roda-gigante do festival SWU no ano passado. A bike especial também foi ao Rock in Rio, acompanhada de uma ecopista de dança que gera energia a partir dos passos e pulos do público na superfície. Para trazê-la ao Brasil, a Ecogreens fez uma parceria com uma fabricante holandesa. Após faturar R$ 500 mil em 2011, a empresa aposta nessa união para aumentar o leque de opções para os clientes e crescer em 2012. Segundo Baptista, participar de grandes eventos trouxe a visibilidade que ele desejava. “Passamos a ser propositivos, e não apenas reativos”, diz. Agora, a tarefa da dupla é criar produtos que possam ser usados no dia a dia. “Esse primeiro ano foi muito importante para percebermos que dá para trazer a questão ambiental para o cotidiano de modo lúdico, interativo”, afirma o empreendedor. 

ESTRUTURA: R$ 750.000 (computadores, impressoras, telefonia, kit básico da pista, placas solares, ecobikes, escritório e depósito) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 180.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 40.000 
FUNCIONÁRIOS: 5 (1 na área administrativa/financeira, 1 na de vendas, 1 na de comunicação e marketing, 1 na de produção, logística e infraestrutura e 1 gerente geral) 
PRAZO DE RETORNO: 30 meses 




R$ 1.200.000
21. PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL PARA GRANDES EVENTOS 

.Editora Globo
A quantidade de madeira usada na produção de grandes eventos pesava na consciência do cenógrafo Marcelo Checon, 34 anos. Ele decidiu que sua produtora, a M. CHECON, seria uma empresa mais correta ecologicamente. O primeiro passo foi usar madeira reflorestada em todas as estruturas. Depois, tirar a certificação Carbon Clean para neutralizar as emissões de gases poluentes. No ano passado, plantou três mil árvores em torno do Rodoanel, em São Paulo, para compensar as 429 toneladas de gases emitidos até outubro. A iniciativa o ajudou a captar trabalhos ainda maiores, como a cenografia do Rock in Rio. “Ter o selo facilitou na hora de fechar o negócio, pois o evento foi idealizado para ser 100% sustentável, com as emissões de CO² neutralizadas”, afirma. Ser sustentável é mais caro – a madeira certificada, por exemplo, custa até 18% mais que a tradicional. Mas a produtora dilui o custo ampliando a carteira de clientes. “Fecho a quantidade de emissões no ano e divido o valor entre os eventos. No ano passado, fiz mais de 200. Se cada um me pagar R$ 20, a conta já fecha”, diz. Checon planeja crescer 5% neste ano. “Até 2016, vamos aproveitar a realização de grandes festivais e feiras no Brasil.” A empresa, fundada em 2005 em Osasco (SP), faturou R$ 30 milhões em 2011. O único obstáculo à expansão é a falta de mão de obra qualificada. “Tenho 190 funcionários e 300 terceirizados, mas deixo de fechar negócios por não ter profissionais”, afirma. 

ESTRUTURA: R$ 200.000 (máquinas de corte, ferramentas, serras, material e galpão) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 1 milhão 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 100.000 
FUNCIONÁRIOS: 6 (1 profissional na área financeira, 2 na de criação, 1 no almoxarifado, 1 na de orçamento e 1 produtor) 
PRAZO de RETORNO: 36 meses 



EDUCAÇÃO 


R$ 55.000
22. FRANQUIA DE ENSINO PROFISSIONAL 

Editora Globo
Os franqueados da rede de ensino profissionalizante Prepara Cursos notaram um movimento diferente em suas salas de aula no ano passado. Muitos alunos vinham de cidades menores, onde não havia oferta de cursos técnicos de curta duração. “Um dos gestores me perguntou se poderia abrir uma unidade em um município pequeno, e deu certo”, diz Rogério Gabriel, presidente da empresa fundada em 2004. A partir daí, a rede de São José do Rio Preto (SP) inaugurou no ano passado o formato PREPARA EXPRESS, com menos funcionários e computadores, e em imóveis menores, adequados para cidades com menos de 20 mil habitantes. “Só precisamos de uma sala com um educador para supervisão, porque cada aluno faz seu curso individualmente, no computador”, diz. Assim, a escola não depende de um quorum mínimo para fechar turmas — a incerteza sobre a demanda é a maior ameaça fora de grandes centros. Em 80 dias, foram fechados 21 contratos nesse modelo. O novo formato deve faturar R$ 9,8 milhões em 2012 e chegar a 1.300 municípios com mais de cinco mil habitantes em cinco anos. 

UNIDADES PRÓPRIAS: 0 
FRANQUIAS: 24 
FATURAMENTO DA REDE: R$ 9,8 milhões (estimativa para o formato Express em 2012) 
FUNDAÇÃO: 2011 
INVESTIMENTO INICIAL: R$ 35.000 
CAPITAL DE GIRO: R$ 5.000 
TAXA DE FRANQUIA: R$ 15.000 
TAXA DE ROYALTIES: R$ 100 
TAXA DE PUBLICIDADE: R$ 20 
FATURAMENTO MENSAL: até R$ 15.000 
LUCRO MÉDIO MENSAL: 30% do faturamento 
PRAZO DE RETORNO: 16 meses 
FUNCIONÁRIOS: 3 (1 gerente, 1 secretária e 1 educador) 
ÁREA DA UNIDADE: 60 m² 
PRAZO DE CONTRATO: 60 meses 
ASSOCIADA À ABF: Sim 




R$ 100.000
23. TREINAMENTO DE BABÁS E PRESTADORES DE SERVIÇOS Dividir as tarefas de mãe e de profissional não era fácil para a paulistana Vanessa Monho dos Santos, 34 anos, sem a ajuda de uma babá. Ao dividir a aflição com uma amiga, identificou um nicho de mercado compatível com sua experiência em atendimento ao cliente: treinar essas profissionais para ter uma boa relação com as patroas. Com a sócia Maria Elizabeth Ribeiro, 58 anos, criou em São Paulo a AMARELO. O ponto de partida foi oferecer cursos de cuidados básicos com as crianças e dicas para as babás se portarem bem. Em pacotes de aulas que custam de R$ 600 a R$ 1.500 por pessoa, elas aprendem a contornar situações delicadas, como lidar com o ciúme que as mães têm dos filhos. Ao fazer uma pesquisa com as mães, as sócias descobriram que elas preferiam o treinamento comportamental, o que permitiu aprimorar esse aspecto do curso. Com a especialização veio uma nova ideia: treinar outros prestadores de serviço, como entregadores. “Muitos precisam vencer a timidez e se apresentar de maneira que cause boa impressão no cliente, para fidelizá-lo”, diz. É esse nicho que a Amarelo vai explorar neste ano, apostando no crescimento pela falta de concorrência. A estimativa é de um faturamento de R$ 600 mil. Mas o pioneirismo também dá trabalho. “No começo é difícil convencer o cliente de que ele precisa do serviço. Isso requer muita experiência na área comercial.” 


ESTRUTURA: R$ 50.000 (escritório, computadores, telefonia e desenvolvimento do site e da rede interna) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 7.000 (apenas com o serviço de babás) 
FUNCIONÁRIOS: 7 (5 enfermeiras, 1 auxiliar administrativo e 1 psicóloga) 
PRAZO DE RETORNO: 18 meses 




R$ 250.000
24. SITE COM VÍDEOS DE PREPARAÇÃO PARA ENEM E VESTIBULAR 

Editora Globo
APRENDIZADO RENTÁVEL | Marco Fisbhen criou um modelo híbrido para o site: patrocínio e assinaturas
O professor de física Marco Fisbhen, 32 anos, achava maçantes os textos e animações usados na educação a distância. “O que o jovem adora na internet é vídeo”, afirma. Fisbhen criou em 2010, no Rio de Janeiro, o DESCOMPLICA. O site reúne o conteúdo do ensino médio em dois mil vídeos de cinco minutos, disponíveis por R$ 19,90 mensais — para as classes C e D, há planos a partir de R$ 1,90. Fisbhen fez contato com o Gávea Angels, que se tornou o primeiro investidor, e montou uma pequena produtora. O site foi ao ar em março de 2011, e a média de 100 mil acessos por mês chamou a atenção da Natura, que patrocinou a preparação para o Enem dando acesso grátis ao site. Assim, o Descomplica chegou a 2 milhões de vídeos distribuídos e faturou R$ 500 mil em 2011. 

ESTRUTURA: R$ 230.000 (equipamentos de gravação, pagamento de servidores, produção de vídeos, ferramentas para o site e publicidade) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000 
FUNCIONÁRIOS: 7 (1 na produção, 1 gerente de TI, 4 editores, e 1 cinegrafista) 
PRAZO DE RETORNO: 24 meses 



ESTÉTICA E BEM-ESTAR 


R$ 32.000
25. FRANQUIA DE SALÃO DE BELEZA PARA A CLASSE C 

Editora Globo
Atender a classe C já estava nos planos do médico Edson Ramuth, 50 anos, quando trocou o papel de cirurgião plástico pelo de empresário. O ano era 1987, e ele fundou em São Paulo o Grupo MultiFranquias. “A classe C quer produtos de qualidade, atendimento diferenciado e preço justo. Preferi concentrar meu lucro no volume de pessoas atendidas a apostar no preço gasto em cada compra”, diz. O grupo todo reúne cinco microfranquias — unidades com investimento inicial de até R$ 50 mil — e faturou R$ 50 milhões no ano passado. Atento aos hábitos de consumo da população, Ramuth lançou em 2010 o salão de beleza MISS HOLLYWOOD, com decoração temática e a promessa de transformar clientes em astros de cinema. Focado na classe C, o espaço oferece quatro pacotes — Bronze, Prata, Ouro e Diamante — que permitem ao cliente pagar um preço fixo por seis meses e determinar o número de tratamentos que deseja realizar por semana. A rede oferece serviços de manicure, pedicure, depilação, bronzeamento, estética facial e escova. “Esse método fidelizou os clientes. Por seis meses, eles usufruem dos serviços que quiserem”, diz. 

UNIDADES PRÓPRIAS: 2 
FRANQUIAS: 15 
FATURAMENTO Do grupo: R$ 50 milhões 
FUNDAÇÃO: 2010 
INVESTIMENTO INICIAL: R$ 24.500 
CAPITAL DE GIRO: de R$ 7.500 a R$ 9.500 
TAXA DE FRANQUIA: não cobra 
TAXA DE ROYALTIES: 9,97% do faturamento bruto 
TAXA DE PUBLICIDADE: não cobra 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 20.000 
LUCRO MÉDIO MENSAL: 20% do faturamento 
PRAZO DE RETORNO: de 6 a 12 meses 
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS: 4 
ÁREA DA UNIDADE: 50 m² 
PRAZO DE CONTRATO: 60 meses 
ASSOCIADA À ABF: Sim 




R$ 140.000
26. REDE DE SPAS URBANOS 

Editora Globo
PRIMOR NO ATENDIMENTO | Gustavo Albanesi, do Bussha Spa: mais do que inovação, qualidade é o que fideliza o cliente
Nas viagens de férias para descansar do dia a dia estressante do mercado financeiro, Gustavo Albanesi, 30 anos, costumava relaxar em spas. De volta a São Paulo, porém, não achava um lugar onde pudesse passar apenas algumas horas sem se preocupar com nada. “Não existia ainda o conceito de day spa, com terapias variadas e almoço e lanches incluídos”, lembra. Ele e o sócio, Jayme Santos, 58 anos, idealizaram em 2001 o BUDDHA SPA. Para se diferenciar de centros de shiatsu e spas de longa duração, criaram um centro de imersão com terapias indianas, massagens modeladoras, pacotes para casais e dia da noiva. O público para esse modelo de negócio está em grandes centros. Em cidades médias, a correria é menor — e o público, também. Entre os clientes das classes A e B, de 28 a 55 anos, as mulheres representam 60%, mas a fatia masculina vem crescendo. E o negócio também, tanto que virou franquia em 2010. “Dobramos de tamanho em 2011 e a meta é abrir de oito a doze unidades por ano.” A rede faturou R$ 4,5 milhões em 2011. 

UNIDADES PRÓPRIAS: 6 
FRANQUIAS: 8 
FATURAMENTO DA REDE: R$ 4,5 milhões 
FUNDAÇÃO: 2001 
INVESTIMENTO INICIAL: de R$ 80.000 a R$ 200.000 
CAPITAL DE GIRO: de R$ 10.000 a R$ 50.000 
TAXA DE FRANQUIA: R$ 50.000 
TAXA DE ROYALTIES: 6% 
TAXA DE PUBLICIDADE: 2% 
FATURAMENTO MENSAL: de R$ 30.000 a R$ 80.000 
LUCRO MÉDIO MENSAL: de 20% a 25% do faturamento bruto 
PRAZO DE RETORNO: de 18 a 36 meses 
FUNCIONÁRIOS: 6 a 12 (recepção, terapeutas e limpeza) 
ÁREA DA UNIDADE: de 90 m² a 300 m² 
PRAZO DE CONTRATO: 60 meses 
ASSOCIADA À ABF: Sim 




R$ 320.000
27. MANICURE E DEPILAÇÃO SOFISTICADAS Um dos passatempos de Luciane Chelegão, 40 anos, é ir ao salão de beleza — tanto que perdeu a conta de quantos conheceu. Ainda assim, achava que faltava um lugar aconchegante para fazer as unhas e se depilar sem o vaivém típico desses estabelecimentos. O desejo virou uma ideia de negócio cultivada por dois anos, enquanto estudava o mercado e fazia cursos. Concluiu que o segredo era fazer as clientes se sentirem mimadas ao aproveitar uma pausa no trabalho para retocar as unhas. Apostou em luxos como a decoração provençal, com louça de ágata para afundar os pés em sais de vinho, e em um painel com dois mil esmaltes, 400 deles importados, para matar o desejo de quem não tem coragem de pagar R$ 100 por um vidrinho. O ponto foi difícil de achar, pois ela queria montar um salão no centro do público corporativo. Luciane abriu as portas da LILAC NAILS no começo do ano passado, em São Paulo, e em dez meses conquistou mais de três mil clientes, atendidas das 8h às 20h durante a semana — 60% delas trabalham nas redondezas. Os esmaltes fazem sucesso, mas a depilação, que responde por 20% de seu faturamento de R$ 1 milhão (projeção para 2012), é mais rentável. 


ESTRUTURA: R$ 300.000 (salão reformado, mobiliário e equipamentos para 13 manicures, 4 salas para depilação e estoque de esmaltes) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 50.000 
FUNCIONÁRIOS: 11 (9 manicures e 2 depiladoras) 
PRAZO DE RETORNO: 18 meses 



MODA 


R$ 1.150.000
28. NANOCOMPOSTOS PARA COSMÉTICOS Foi durante o mestrado em farmácia que Cândice Felippi, 29 anos, e sua colega Renata Raffin, 31 anos, perceberam que misturar pesquisa de ponta com a tendência de expansão do mercado de cosméticos daria um bom negócio. “Decidimos criar matérias-primas tecnológicas para essa indústria”, diz Cândice. Suas orientadoras gostaram do projeto e viraram sócias da INVENTIVA. Na empresa, criada em 2008 em Porto Alegre, as quatro encapsulam óleos vegetais e vitaminas e os reduzem à escala nanométrica para que penetrem na pele. O primeiro ano foi dedicado a testes. Em 2009, lançaram o primeiro produto, mas as vendas só vieram em 2010. Isso porque as indústrias também testam os insumos antes de comprá-los. Hoje, a fábrica de 300 m² fornece para 20 companhias. Em 2012, deve faturar R$ 500 mil. 


ESTRUTURA: R$ 900.000 (máquinas e equipamentos, aluguel e custos fixos da fábrica, computadores, participação em feiras, testes clínicos e assessoria de marketing e jurídica) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 250.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 30.000 (a partir do segundo ano, pois o primeiro é dedicado a testes) 
FUNCIONÁRIOS: 4 (1 especialista em nanotecnologia, 1 administrador, 1 farmacêutica e 1 funcionário para limpeza) 
PRAZO DE RETORNO: 48 meses 




R$ 179.000
29. FRANQUIA DE CALÇADOS PARA AS CLASSES C E D Há três gerações, os sapatos são o ganha-pão da família de Luiz Francisco Salles Pinto, 31 anos. O pai transformou em loja a oficina de sapateiro do avô. “Ele criou uma rede de varejo de calçados populares, onde trabalhei desde cedo”, diz. Lá, aprendeu a organizar o estoque e a supervisionar a loja, e começou a pensar em ideias para também deixar sua marca. A principal era fazer uma franquia de varejo popular. O projeto ganhou corpo em 2005, quando seu pai se aposentou e ofereceu a ele três pontos de venda. Pesquisando o mercado, encontrou poucas franquias de calçados, todas voltadas para as classes A e B. “Não havia nada casual ou mais barato. Sabia que dava para oferecer um produto de qualidade por preço menor”, afirma. Esse foi o ponto de partida para a SHOESHOP, rede de lojas de calçados com layout de butique e preços acessíveis às classes C e D. A franquia foi inaugurada em 2011 e começou a explorar o território deixado de lado por concorrentes: lojas de rua, shoppings populares e centros comerciais. Em 2011, a rede criada em São Paulo faturou R$ 6,5 milhões. Por enquanto, tem oito lojas próprias, mas quer chegar a 15.


UNIDADES PRÓPRIAS: 8 
FRANQUIAS: 1 
FATURAMENTO DA REDE: R$ 6,5 milhões 
FUNDAÇÃO: 2011 
INVESTIMENTO INICIAL: R$ 115.000 
CAPITAL DE GIRO: R$ 35.000 
TAXA DE FRANQUIA: R$ 29.000 
TAXA DE ROYALTIES: 17% 
TAXA DE PUBLICIDADE: 3% do faturamento 
FATURAMENTO MENSAL: R$ 80.000 
LUCRO MÉDIO MENSAL: de 10% a 20% do faturamento 
PRAZO DE RETORNO: de 19 a 25 meses 
FUNCIONÁRIOS: de 4 a 8 (vendedores) 
ÁREA DA UNIDADE: a partir de 30 m² 
PRAZO DE CONTRATO: 5 anos 
ASSOCIADA À ABF: sim 




R$ 300.000
30. CAMISARIA ON-LINE Em meio a uma temporada de trabalho intenso, Jader Ganzarolli, 32 anos, precisava comprar uma camisa nova, mas não conseguia sair do escritório a tempo de encontrar as lojas abertas. A saída foi encomendá-la na internet — mas não ficou satisfeito com o único site que encontrou. “A forma de montar a camisa era estranha, e foi muito ruim escolher o tecido por meio de um código”, diz. A experiência o inspirou a se debruçar sobre o plano de negócios da EMPORIO AVANT GARDE com mais dois sócios, em São Paulo. O site foi lançado em 2011, reforçado com um vídeo que explica ao internauta como montar a peça e dar seu toque a todos os detalhes, como o tipo de gola e de punho e a aplicação de monograma. Cada camisa custa de R$ 149 a R$ 309. Das 375 comercializadas por mês, a mais básica é a preferida. “Esperava vender mais para São Paulo, mas a demanda foi maior em outros estados.” O empresário afirma que muitos dos novos clientes chegam a ele por indicação. Sua tática para fidelizá-los é fazer uma bela apresentação do produto, embalado com folha de seda em uma caixa rígida com fita de cetim e lacre de cera. Com a estratégia, estima um faturamento de R$ 1,2 milhão em 2012. Mas Ganzarolli não aposta apenas nas vendas virtuais. Solidário aos executivos sem tempo, resolveu enviar representantes de vendas às empresas para tirar medidas e registrar os pedidos. Neste ano, quer explorar dois novos canais de venda: o Facebook e os quiosques de shopping centers. 


ESTRUTURA: R$ 250.000 (escritório, computadores, telefonia, desenvolvimento do site, estoque de tecidos e de embalagens, e oficina de costura) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 50.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 45.000 
FUNCIONÁRIOS: 5 (1 modelista, 1 cortador, 1 costureira, 1 profissional para fazer acabamentos e 1 para a área de atendimento, suporte e vendas) 
PRAZO DE RETORNO: 24 meses 




R$ 520.000
31. MODA INFANTIL ON-LINE 

Editora Globo

DESCOLADOS DESDE CEDO | José Paulo, da e-closet kids: marcas fashion para os pequenos consumidores e balinhas na sacola
Em 2008, o casal José Paulo e Giovanna Motta foi pioneiro no comércio eletrônico de moda feminina no Brasil com o e-closet. Dois anos depois, veio a ideia de replicar o modelo em outra escala: o E-CLOSET KIDS, uma loja virtual para crianças, especializada em marcas fashion para os pequenos. “Muitos sites para esse público vendem de tudo, de fralda a vestido. Decidimos nos especializar em vestuário porque vimos que o mercado era inexplorado”, afirma José Paulo. A empresa nasceu enxuta, compartilhando o estoque e a logística de entrega da irmã mais velha. Para compor o catálogo, os sócios garimpam novas marcas nas lojas, vão a feiras e ficam de olho nas tendências — o que inclui conviver com as mães para saber o que elas querem. A loja tem três mil clientes cadastrados, recebe uma média diária de 20 pedidos e faturou R$ 2 milhões em 2011. Segundo José Paulo, a chave para vender bem é se diferenciar no atendimento e na entrega. “Escolhemos embalagens premium e mandamos balinhas na sacola. Mas isso não basta: o atendimento tem de ser muito claro e atencioso. Só assim o cliente volta.” A demanda maior vem de São Paulo, mas ele vê boas oportunidades em cidades menores, onde as lojas físicas não concorrem com seu catálogo descolado. 

ESTRUTURA: R$ 220.000 (escritório, computadores, impressoras, desenvolvimento do site e do comércio eletrônico, estoque, embalagens e transportadora) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 300.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 50.000 
FUNCIONÁRIOS: 8 (1 profissional na área de atendimento, 1 na financeira, 1 na de compras, 1 na de marketing, 1 na de risco, 1 na de logística, 1 no estoque e 1 na de produção) 
PRAZO DE RETORNO: 7 meses 




R$ 980.000
32. CLUBE DE LOCAÇÃO DE SAPATOS 

Editora Globo

Após abrir negócios variados na internet desde os 14 anos, o empresário Olivier Grinda, 26 anos, voltou a analisar o mercado — especialmente o de acessórios de moda, em ascensão no comércio eletrônico. E foi do armário da namorada que ele tirou a inspiração para uma nova empreitada em São Paulo. Espantado com a quantidade de sapatos, percebeu que havia achado o produto ideal para chamar a atenção das mulheres. Só mudou a fórmula: em vez de vender calçados, ele criou um modelo em que as clientes pagam uma assinatura de R$ 120 para receber um par por mês e depois trocá-lo por outro. Quem não se contentar com o aluguel tem a opção de comprar o produto. Após um aporte de grandes investidores, o site da SHOES 4 YOU estreou em setembro do ano passado, com a meta de atingir, neste ano, 50 mil clientes e um faturamento de R$ 6 milhões. A tática para cativar as mulheres é fazer o serviço completo. Uma equipe de três estilistas desenvolve uma coleção de sandálias e sapatos a cada mês e escolhe os modelos para as assinantes, de acordo com seu perfil. “A cliente tem cada vez menos tempo disponível, por isso valoriza a conveniência”, afirma Grinda. 

ESTRUTURA: R$ 530.000 (escritório, computadores, desenvolvimento do site, estoque e ações de marketing) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 450.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 40.000 
FUNCIONÁRIOS: 3 (1 na área de operações, 1 na de marketing e 1 na de finanças) 
PRAZO DE RETORNO: 48 meses 



MUNDO DIGITAL 


R$ 223.200
33. APLICATIVOS E SERVIÇOS PARA EMPRESAS 

Editora Globo

Usar a tecnologia para resolver problemas do dia a dia, em qualquer área, em qualquer empresa. Os amigos Arthur Lima, Eduardo Silva e Daniel Dias, de São Paulo, sempre gostaram de brincar com essa ideia. Ainda em seus respectivos empregos, todos na área de TI, eles se propunham desafios-relâmpago, que resultavam em projetos a serem desenvolvidos e finalizados em um fim de semana. O trio tomou gosto pelo passatempo e resolveu abrir uma empresa, a JUREMA, em 2010. Sua missão é ouvir as ideias e as necessidades dos clientes e, com isso, conceber e desenvolver serviços baseados em um software, site ou aplicativo. O primeiro cliente foi um escritório de arquitetura que queria fazer um showroom para internet e iPad; o mais recente é um grupo de médicos que precisam digitalizar o processo de gestão de pequenas clínicas. A Jurema também é procurada por agências de publicidade para fazer eventos promocionais. A empresa tem hoje nove funcionários, e quer duplicar essa equipe para triplicar o faturamento neste ano — no ano passado, faturou R$ 1 milhão. A ideia é crescer a reboque do aquecimento da atividade empreendedora no país. “Tem muito mercado para ajudarmos essas start¬ups”, diz Lima. “No primeiro ano, o desafio é se provar capaz de desenvolver soluções, porque o mercado ainda não conhece a empresa. As coisas só começam a andar quando você mostra capacidade de entrega. Os exercícios de fim de semana, que começaram como brincadeira, ajudaram bastante.” 

ESTRUTURA: R$ 19.200 (computadores, uso de escritório compartilhado e desenvolvimento do site) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 204.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 16.000 
FUNCIONÁRIOS: 1 (desenvolvedor de software) 
PRAZO DE RETORNO: 15 meses 




R$ 600.000
34. SUPORTE PARA DESENVOLVEDORES DE APLICATIVOS Como um produto caseiro, vendido por centavos, pode fazer uma empresa sem escritório e com centenas de colaboradores faturar milhões? Esse é o desafio que Bob Wollheim, 49 anos, encarou no mundo novo da “economia geek”, movida pela interação de desenvolvedores de softwares e aplicativos com empresas de tecnologia. “Quero profissionalizar o desenvolvedor que hoje faz aplicativos em casa, por lazer, mas não consegue transformar isso em negócio”, diz. Para isso, fundou no ano passado, em São Paulo, a APPIES. Wollheim pretende reunir de cem a duzentos desenvolvedores por ano, ajudá-los a transformar ideias em aplicativos e vendê-los a operadoras de telefonia e lojas como Apple Store e Android Market. Os criadores trabalharão em casa, conectados por uma plataforma on-line. A Appies oferece a eles serviços como consultoria, divulgação e tradução de seu produto para inglês e espanhol. “A rede também é usada para colaboração: se o aplicativo não tem um bom design, vemos quem pode ajudar nesse quesito”, diz. Em troca, a Appies fica com 15% a 25% da receita do desenvolvedor. Cada aplicativo custa centavos para as lojas, mas, de grão em grão, Wollheim quer faturar R$ 8 milhões em 2014. Ele não vê fronteiras: seu plano é plugar dez mil desenvolvedores do mundo todo em três anos. 


ESTRUTURA: R$ 500.000 (desenvolvimento da plataforma on-line de negócios e gastos com escritório) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 100.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 50.000 
FUNCIONÁRIOS: 6 (1 desenvolvedor master, 1 desenvolvedor de negócios e 4 analistas de projeto) 
PRAZO DE RETORNO: 36 meses 




R$ 1.000.000
35. AGÊNCIA DE PUBLICIDADE ON-LINE Após um ano na operação do site de compras coletivas Comune, o cofundador David Reck, 30 anos, observou que a receita gerada pelas ofertas era muito baixa. A verdadeira margem de lucro estava nas áreas patrocinadas. Avaliando os anúncios on-line, ele percebeu que era possível aprimorar o modelo e oferecer ao internauta um produto em que estivesse realmente interessado, em vez de apresentar banners genéricos. Para isso, é preciso descobrir o que esse usuário já pesquisou e exibir a peça publicitária quando ele estiver navegando na internet. É o que faz a COMUNE DCO, criada em 2011, em São Paulo. A empresa utiliza um robô que varre as ofertas de uma loja virtual e analisa os produtos visualizados pelo consumidor. Depois, o mecanismo preenche automaticamente o espaço do anúncio com uma sugestão. “O varejista não precisa escolher só alguns produtos para anunciar. Pode mostrar tudo o que tem na loja, mas cada peça vai para quem tem interesse potencial”, diz Reck. Quando o internauta entra na loja virtual e faz uma compra (de uma televisão, por exemplo), a informação chega ao sistema, que então elabora o anúncio de um complemento (como um aparelho de Blu-Ray). Após um teste com seis empresas, o plano é faturar R$ 5 milhões neste ano com o serviço. A Comune DCO investiu R$ 1 milhão no desenvolvimento da tecnologia em nuvem. “Com crescimento rápido e escalável, não daria para trocar de servidor e de estrutura em tão pouco tempo”, afirma, referindo-se ao suporte já utilizado pelo site. 


ESTRUTURA: R$ 400.000 (escritório, internet, computadores, impressora, central telefônica ou telefone por IP, servidores em nuvem e ferramentas de apoio, como a de disparo de e-mail) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 600.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 210.000 
FUNCIONÁRIOS: 5 (3 desenvolvedores, 1 executivo de contas e comercial e 1 de atendimento) 
PRAZO DE RETORNO: 24 meses 




R$ 1.600.000
36. CRIAÇÃO DE LOJAS VIRTUAIS NO FACEBOOK Os brasileiros são o povo com mais amigos nas redes sociais: cada um contabiliza, em média, 231 pessoas próximas, segundo a empresa de pesquisas TNS. Explorar o potencial de vendas desse canal foi o ponto de partida da LIKESTORE, empresa que abre e acompanha lojas no Facebook. Quando um internauta faz uma compra, ela aparece em seu mural do Facebook, uma forma gratuita de divulgação. O mesmo acontece quando curte um produto, mesmo sem tê-lo comprado. “O consumo não é impulsionado apenas por necessidade. Está imerso na cultura do grupo, e a recomendação social tem força”, diz Gabriel Borges, 32 anos, cofundador. Como o formato é novo, a estratégia dos sócios é facilitar o processo. A loja é aberta por meio de um aplicativo. A LikeStore se encarrega de implantar os meios de pagamento e analisar o risco das transações — e não cobra nada para colocar e manter o canal no ar. Em troca, recebe de 2% a 6% de comissão sobre as vendas. A tática deu resultado: 2.300 lojas foram abertas no Facebook pela LikeStore até o final de 2011. A projeção é completar o primeiro ano de operação, em agosto de 2012, com 150 mil vendas, com tíquete médio de R$ 120, e um faturamento de R$ 18 milhões. 


ESTRUTURA: R$ 1,1 milhão (desenvolvimento, escritório e comunicação) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 500.000 
FATURAMENTO MÉDIO mensal: R$ 1,5 milhão 
FUNCIONÁRIOS: 6 (1 gerente de tecnologia, 1 gerente de produto, 1 gerente de comunicação, 2 analistas de suporte e 1 profissional administrativo) 
PRAZO DE RETORNO: 16 meses
Editora Globo




R$80.000
37. SITE DE PRODUTOS DIFERENCIADOS A veterinária Alessandra Keidann, 30 anos, queria abrir um pet shop e por isso comprou um ponto em um shopping em construção na cidade de Porto Alegre (RS). A entrega da obra atrasou e, para esvaziar o estoque alocado em sua casa, ela colocou no ar o site da loja, BOLICHO DO BICHO, em 2010. Para não competir em preço com o grande varejo pet, apostou em produtos diferenciados e em um blog com dicas de saúde e demonstração de produtos. Enquanto aguardava a loja física, ampliou o mix da versão virtual, aprimorou os meios de pagamento on-line e remodelou o visual do site. Chegou ao final de 2011 com 400 acessos por dia e um crescimento mensal de 20% nas vendas. Assim, a loja virtual virou prioridade para 2012. “Custa menos, mas a margem de lucro é menor, devido ao porte dos concorrentes”, diz. Para competir, sofisticou os fornecedores. “Percebi que é mais eficaz escolher boas marcas e representá-las bem”, afirma. Outro diferencial é o atendimento. “O cliente de comércio eletrônico é muito inseguro, é fácil desistir da compra. Quando vejo uma dúvida, respondo na hora. O blog e o Facebook também ajudam a reduzir a desconfiança”, diz. Com isso, chegou a um faturamento mensal de R$ 15 mil em dezembro e espera multiplicar os ganhos com a loja física, que será inaugurada neste ano. 


ESTRUTURA: R$ 60.000 (compra de estoque, computador, internet e telefonia) 
CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 12.000 
FUNCIONÁRIO: 1 (gerente) 
PRAZO DE RETORNO: 24 meses

AS 50 EMPRESAS DO BEM

NO MUNDO DA SUSTENTABILIDADE, PUDEMOS APOSTAR EM TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS QUE FAZ A DIFERENÇAS EM CERTAS REGIÕES DO BRASIL E DO MUNDO. COM ISSO , DESTACAMOS AQUI 50 EMPRESAS QUE FORAM CONSIDERADAS COMO AS PARCEIRAS DO MUNDO SUSTENTÁVEL, PELAS SUAS INOVAÇÕES DE TECNOLOGIAS QUE SUCEDEM UM AVANÇO DA CIÊNCIA.  

A partir de 13 de junho, o Brasil será palco da conferência Rio+20, fórum promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), cujo objetivo é discutir as estratégias para enfrentar o aquecimento global e garantir a sustentabilidade do planeta. Houve um tempo em que esse debate era considerado um território exclusivo de agentes governamentais. O mesmo se aplica às questões predominantemente sociais, como educação e saúde. Nas últimas duas décadas, a partir da pioneira Rio 92, o primeiro evento global a tratar do tema (daí a origem do Rio+20 que batizou a conferência deste ano), o cenário mudou. Empresas dos mais variados setores e portes financeiros passaram, por iniciativa própria ou pressão da sociedade, a prestar atenção ao que acontecia no entorno de suas fábricas e escritórios. Esse olhar, cujo foco inicial era direcionado unicamente às necessidades da comunidade, evoluiu para todo o ecossistema. 

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Graças à pressão da sociedade, os temas sociais e ecológicos entraram na agenda do mundo corporativo.
É que as corporações começaram a ser cobradas também pela pegada ecológica que seus produtos e serviços deixam no meio ambiente. Nas páginas a seguir, DINHEIRO traz 50 histórias que mostram como algumas das mais destacadas empresas do País inseriram em seus negócios a responsabilidade social e ambiental. Não se trata de um ranking, é bom que fique claro, mas de um levantamento que procura reunir exemplos inspiradores em todas as áreas. A lista inclui desde casos prosaicos, como o do empresário Leonildo Ferreira, dono da Sapatoterapia, de Franca, no interior de São Paulo. Ele criou a primeira linha de calçados biodegradáveis do Brasil. Na aparência, o sapato em nada difere do modelo convencional. Só que após cumprir seu ciclo de vida, ele pode ser enterrado, pois todos os seus componentes, como couro sem cromo e fibra de bambu, são absorvidos pelo meio ambiente em cinco anos. 
O especial deste ano aborda também exemplos que se consolidaram, como o caso do Bradesco. Por meio de seu braço social, o banco está investindo R$ 385 milhões neste ano para reformar e equipar sua rede de 40 escolas. Espalhadas por todas as unidades da Federação, elas garantem ensino de qualidade para crianças e jovens de famílias de baixa renda. Ideias simples, que geram grandes resultados, também são apresentadas, como o exemplo da filial brasileira da holandesa Akzo Nobel, fabricante de tintas. Seus dirigentes enxergaram em um problema ? as milhares de garrafas PET que boiavam no rio Tietê, que corta a cidade de São Paulo ? uma matéria-prima alternativa, mais barata que a convencional. Desde 2002, essas garrafas integram a fórmula de algumas linhas de tinta Coralit e do verniz Sparlack. 
Inovação

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1 - AkzoNobel
Em meados da década de 1990, a imagem de garrafas plásticas boiando no rio Tietê, em São Paulo, já incomodava os executivos da filial da holandesa AkzoNobel, maior fabricante de tintas do mundo e dona da marca Coral, no País. O sentimento de que algo precisava ser feito funcionou como um incentivo para a direção da empresa. O caminho escolhido foi pesquisar uma forma de transformar embalagens PET em matéria-prima. Os resultados surgiram apenas em 2002. ?No começo, tudo era mais difícil, pois não havia uma indústria de reciclagem tão desenvolvida como a atual?, diz Elaine Poço, diretora de pesquisa e desenvolvimento da AkzoNobel Tintas Decorativas para a América Latina. ?Os fornecedores nem separavam as garrafas por cor.? 
Até hoje, o Brasil é o único país que utiliza o PET na fabricação de tintas. Nesse período, a AkzoNobel calcula que 100 milhões de garrafas já tenham sido utilizadas em todos os produtos da linha Coralit e nos vernizes da linha Sparlack, que não são fabricados à base de água. Nos primeiros anos, a AkzoNobel conseguia, inclusive, reduzir os custos de produção ao utilizar as garrafas plásticas. Hoje, a enorme demanda por esse tipo de material fez com que sua cotação subisse, anulando os ganhos financeiros. Ao substituir matérias-primas derivadas de petróleo, como o anidrido ftálico e o pentaeritritol, a empresa garante, ainda, uma redução de 10% em suas emissões de dióxido de carbono (CO2).
2 - Asas Incorporação e Habitat
Fonte limpa, a força que vem dos ventos terá papel cada vez mais importante na matriz energética brasileira. Um passo ousado nesse sentido está sendo dado pela catarinense Asas Incorporação e Habitat. Em meados de junho, a construtora lançará o primeiro empreendimento residencial do País que deverá produzir 100% de sua energia a partir de suas próprias turbinas eólicas. Situado na praia do Campeche, em Florianópolis, o Neo Next Generation gerará ? combinado com painéis solares instalados no teto dos edifícios ? 100% da eletricidade necessária para aquecer a água usada em seus 24 apartamentos. 
?Como a água quente representa cerca de 50% da conta de luz de uma residência, a economia anual será substancial?, afirma Jaques Suchodolski, proprietário da construtora e idealizador do projeto. Mais que um apelo sustentável, o empresário diz que esses equipamentos funcionam como importante argumento econômico para seduzir os potenciais clientes. ?Em cinco anos, a economia de água e luz que o condomínio fará vai ser suficiente para comprar um apartamento?, diz Suchodolski. 
3 - EDP Bandeirante
Em um país onde a principal aposta dos combustíveis verdes é o etanol, investir em veículos elétricos pode parecer um contrassenso. Não é o que pensa a portuguesa EDP Bandeirante, concessionária de energia que atua em São Paulo. Desde 2009, a empresa já instalou 31 totens para abastecimento de carros, motocicletas e bicicletas elétricas. No projeto denominado Mobilidade Elétrica, a EDP distribuiu gratuitamente veículos elétricos para órgãos como a Polícia Militar e funcionários das prefeituras de Guarulhos, Mogi das Cruzes e São José dos Campos, no interior de São Paulo. 
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A aposta na energia elétrica não se traduz apenas nos veículos. A empresa desenvolve um projeto-piloto em Aparecida, na região do Vale do Paraíba, em São Paulo, para instalar painéis fotovoltaicos nas residências. Também serão trocadas as lâmpadas da rede de iluminação pública por outras com tecnologia LED, que reduzem em até 50% o consumo de energia. Está prevista, ainda, a instalação de 1.146 medidores inteligentes, que permitem visualizar o consumo, no aparelho ou pela internet. 
4 - EcoTech
A cada ano, 60 milhões de pneus velhos são descartados no Brasil. Que destino dar ao material que demora até seis séculos para se decompor é um grande desafio na preservação do meio ambiente. A EcoTech, fundada em 2010, em São Paulo, e que atua no segmento de pavimentação, enxergou nesse problema uma chance para criar um produto inovador: o asfalto ecológico. Feito a partir de pneus descartados, o material é usado para tapar buracos em estradas e avenidas. A mistura é processada em um equipamento instalado na carroceria de um caminhão e sua aplicação se dá em apenas cinco minutos. 
?Além de utilizar um produto de forma sustentável, esse processo possui a vantagem de fazer com que a reparação dure mais tempo?, diz João Coragem, CEO da EcoTech. Pelos cálculos da empresa, cada caminhão pode processar o equivalente a 21 mil pneus por ano. Com a ampliação da frota para 100 veículos, até o fim de 2012, a EcoTech espera tirar de circulação 11 milhões de pneus até 2016. Atualmente, o processo está sendo utilizado em 15 cidades, como Recife e Caruaru, em Pernambuco, e em Florianópolis, em Santa Catarina. Os caminhões também foram projetados para minimizar o impacto no meio ambiente. 
5 - Edra Equipamentos
Poucos equipamentos consomem, proporcionalmente, tanta energia quanto uma cabine de caixa eletrônico. O que se constitui em problema para os bancos virou uma oportunidade de negócios para a Edra Equipamentos. Baseada na pequena Ipeúna, no interior de São Paulo, a Edra desenvolveu uma cabine ?verde?. No total são 21 inovações em relação aos modelos atuais. A água da chuva, por exemplo, é armazenada e reaproveitada no ar-condicionado. 
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O teto pode abrigar um jardim com plantas e gramado, semelhante ao usado no prédio das Nações Unidas, em Nova York. Os vidros são revestidos com uma película que reduz a entrada de calor. Durante o dia, a luz solar é captada por uma série de espelhos, o que evita o uso de lâmpadas. Com isso, a conta de luz cai para até 40%. As inovações não se resumem à questão energética. A estrutura do equipamento é feita de compósitos e pode ser reciclada mais facilmente. 
6 - Knaulf
Quem já construiu ou reformou um imóvel sabe que o desperdício de material e o atraso nas obras são, de longe, os maiores vilões do setor. Uma pesquisa do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP, em 100 canteiros de obras espalhados por 12 Estados do Brasil, constatou que entre 40% e 60% do material que deveria ser utilizado nas obras vai para o lixo ? tanto por falta de consciência econômica e ambiental quanto pelo uso de técnicas antiquadas de engenharia. Pensando nisso, a subsidiária da alemã Knaulf desenvolveu um sistema que reduz o descarte de materiais de forma inadequada. 
Conhecido como Aquapanel, as placas pré-fabricadas são compostas por chapas de cimento, agregados leves e fibra de vidro e podem ser utilizadas para fechar áreas externas e fachadas de casas e edifícios. Com isso, diz a companhia, é possível economizar 30% do tempo da obra. ?Com menor descarte de resíduos e menos gente trabalhando, os retornos financeiros e ambientais são mais efetivos?, diz Fernanda Nunes, gerente de produtos da Knaulf. Os números endossam essa afirmação. O sistema Aquapanel consome 30 minutos por metro quadrado construído, menos da metade em relação ao método convencional. ?Na Europa, esse método é um sucesso há mais de 11 anos?, afirma Nunes.
7 - Grupo Pedra Branca 
Os condomínios fechados começaram a surgir na década de 1970. Eles, no entanto, isolavam seus moradores do ?mundo real?. Esse modelo residencial vem perdendo espaço para os chamados bairros planejados, sem muros e concebidos de acordo com os conceitos de sustentabilidade. Um dos pioneiros nessa área no Brasil é o empresário Valério Gomes, dono do Grupo Pedra Branca. Ele está construindo o bairro Pedra Branca, em Palhoça, na região metropolitana de Florianópolis. Até o fim de 2013 deverá ser concluída a primeira etapa do projeto, que prevê a construção de 17 edifícios residenciais e comerciais. 
A lista inclui universidade, centro tecnológico, hospital, escolas e um centro de compras ao ar livre, igual aos existentes nos Estados Unidos. O bairro, cujo investimento total é de R$ 1 bilhão, quer disseminar um modo de vida mais saudável e sustentável aos seus moradores. ?Tudo foi desenhado para que as pessoas possam se deslocar a pé ou de bicicleta para o trabalho, para as compras e o lazer?, afirma Gomes. Ele terá geração de energia limpa (turbinas eólicas e painéis solares, por exemplo) e tratamento de lixo e esgoto de forma menos agressiva. 
8 - Sapatoterapia
Faça chuva ou faça sol, todos os dias, o empresário Leonildo Lopes Ferreira, fundador e presidente da fabricante de calçados Sapatoterapia, de Franca, no interior de São Paulo, planta uma árvore, para firmar seu compromisso e o da companhia com o meio ambiente. Esse gesto vem sendo repetido desde 1995, muito antes que a ecologia entrasse para o dicionário do mundo dos negócios. ?E assim será enquanto a empresa existir?, afirma Ferreira. Criado numa fazenda de café, Ferreira manteve o espírito ?matuto? na sua vida empresarial. 
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Sua preocupação com o planeta o levou a pesquisar matérias-primas especiais, tais como couro sem cromo, cola à base de água e fibra de bambu, que viabilizassem a criação de uma linha de sapatos biodegradável. Depois de dois anos de pesquisa e R$ 5 milhões em investimento, ele lançou, no ano passado, o biossapatoterapia, similar em qualidade e duração aos sapatos tradicionais. Depois de descartado, o produto biodegradável se transforma em adubo. ?Tive o cuidado de pedir o certificado de biodegradabilidade de todos os materiais utilizados nesta linha?, diz Ferreira. ?É o primeiro sapato biodegradável do mundo.? Ele exporta a versão ecológica para os Estados Unidos, Canadá e Europa. 
9 - Revitech
As madeiras brasileiras, por sua qualidade e padrão de cores, sempre foram muito apreciadas por decoradores e consumidores de vários cantos do mundo. Mas colocar árvores, literalmente, no chão não é visto, atualmente, como uma prática sustentável. Foi com isso em mente que a paulista Revitech resolveu desenvolver a ?madeira plástica?. O produto é fabricado em três estágios e envolve, além da Revitech, empresas da Alemanha e Coreia do Sul. 
?Reproduzimos o desenho de oito espécies de madeiras locais, como o jacarandá-da-bahia, cujo corte é proibido?, afirma Richard Zatz, CEO da Revitech. O processo produtivo é trabalhoso. Para criar o desenho idêntico ao natural, as fibras de madeira são escaneadas. O material é enviado para a Alemanha, onde é feita uma película com o desenho. Em seguida, ela é embarcada para a Coreia do Sul para ser fundida em chapas de PVC reciclado. Completa o perfil sustentável do produto a praticidade em sua manutenção. Para limpar o piso não é necessário usar uma grande quantidade de água.
10 - GCE Papéis
Uma boa ideia nem sempre é suficiente para gerar inovação. Para que isso aconteça é preciso uma boa dose de criatividade e também o momento propício para chegar ao mercado. Isso ajuda a explicar por que o papel feito com fibras de bagaço de cana-de-açúcar demorou seis décadas para se tornar realidade em escala industrial. Até então, o produto era artesanal e não atendia às especificações do mercado empresarial. ?Com nosso conhecimento, fomos capazes de criar um papel sulfite com qualidade e que pode ser fabricado em qualquer equipamento?, afirma Luiz Machado, diretor da GCE Papéis. 
?Hoje concorremos em igualdade de condições com qualquer fabricante, inclusive no preço.? Uma das vantagens do papel reciclado da empresa paulistana é a falta de barreiras para a comercialização no mercado internacional. O foco da GCE são as empresas que, por questões estratégicas ou regulatórias, precisam se enquadrar a normas ambientais rígidas. Atualmente a participação da GCE no mercado brasileiro é de 1,5%. ?Mas nossa capacidade de produção é de 25% do total de papel sulfite consumido no País?, diz Machado. Além do Brasil, a fabricante faz negócios na Argentina, Colômbia, China e Índia. 
Gestão

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11 - GM
Nos últimos anos, a despeito das dificuldades financeiras que quase a derrubaram, a montadora americana General Motors (GM) intensificou seus investimentos em redução de consumo de energia e água, ao mesmo tempo que modernizou seus processos de produção para evitar a geração de resíduos e o desperdício. A gestão desses insumos foi importante para que a filial se mantivesse no azul. ?A GM tem um compromisso com o desenvolvimento sustentável dos países nos quais atua?, diz Grace Lieblein, presidente da GM do Brasil. ?Isso faz parte do DNA da companhia.? Uma boa amostra disso é o complexo industrial de Joinville, que incluirá fábricas de motores e de transmissão e consumiu investimentos de cerca de R$ 1 bilhão. 
A unidade conta com um conjunto de sistemas pioneiros nas áreas de eficiência energética e proteção ao meio ambiente que a credenciaram para a obtenção da certificação global do Leadership in Energy and Environmental Design (Leed). Um deles é um gerador de energia solar, o primeiro operado por uma empresa automotiva no País. O uso da sustentabilidade como uma das ferramentas de gestão começou na construção do Centro Tecnológico de São Caetano, na região do ABC, em São Paulo. O complexo ganhou um novo prédio, batizado de CT 20, erguido dentro da cartilha do selo Green Building. Ele utiliza placas solares para produção de energia elétrica e também equipamentos simples, mas eficientes, como cortinas que permitem a passagem de luz e não de calor nos escritórios. 
12 - Henkel
Fazer mais com menos. É essa a ambição dos dirigentes da empresa química alemã Henkel. Essa filosofia vem se tornando cada vez mais um importante elemento de gestão da companhia, que faturou globalmente ? 15,6 bilhões em 2011 com a venda de produtos tradicionais como Super Bonder e Pritt. Prova disso é o projeto Estratégia de Sustentabilidade 2030, no qual estão colocados os desafios para os próximos 18 anos para todas as suas subsidiárias. Desde 2002, a direção da empresa estabeleceu metas para reduzir o uso de insumos, como embalagens e energia, na fabricação de seus produtos. ?Para cada euro faturado, temos de usar três vezes menos recursos?, diz Sergio Crude, gerente de sustentabilidade para a América Latina da Henkel. 
O resultado prático vem se mostrando animador. Tanto do ponto de vista empresarial quanto do da sustentabilidade. A embalagem do selante Flexite, feita com três materiais diferentes, passou a ser confeccionada com apenas um. O resultado dessa mudança é uma economia anual de 1,7 milhão de litros de água e 8,5 megawatts de energia, além de evitar o corte de 1.060 árvores de eucalipto. Para ampliar sua ?pegada verde?, a subsidiária da Henkel também está aplicando os preceitos da sustentabilidade na construção de suas novas fábricas. Em novembro deste ano, será inaugurada a unidade para a produção de poliuretano em seu parque fabril situado em Jundiaí (SP), que já nasce com o selo Leed, uma certificação para edifícios sustentáveis.
13 - Honda South America
A preocupação dos japoneses com os detalhes fica evidente nos programas de sustentabilidade da Honda South America. Mais que apenas ajudar a cuidar do planeta, a direção da empresa enxerga esse segmento como um componente integrante do negócio. A lista de ações nesse campo é extensa. As motocicletas produzidas na fábrica de Manaus são transportadas por via fluvial até o porto de Belém, de onde são despachadas para os centros de distribuição da companhia. O sistema de pintura das motos, em Manaus, e dos veículos, em Sumaré, no interior de São Paulo, permite reduzir a 10% a perda de tinta, que antes chegava a até 50%. 
Não se trata de conquistas isoladas. Apenas na logística, a redução do volume das embalagens no transporte de motocicletas, adotada a partir de 1997, já evitou o consumo de 125 mil toneladas de madeira, 29 mil toneladas de papelão e 2,5 milhões de litros de óleo. Todo esse trabalho envolve, também, a rede de distribuidores de motocicletas e automóveis da marca. Para ganhar o selo de concessionário verde, concedido pela Honda, é preciso comprovar o descarte correto ou a reciclagem de itens, como óleo do motor, pneus e baterias. 
14 - Movida Rent A Car
Como se diferenciar em um mercado competitivo como o da locação de carros? A aposta na sustentabilidade foi a resposta encontrada pela paulistana Movida Rent A Car. Em 2009, a companhia criou o programa Carbon Free, de neutralização dos gases poluentes lançados por seus veículos. Ao alugar um carro da empresa, o cliente pode optar por pagar R$ 2,75 a mais por dia. Caso aceite, a Movida planta mudas de árvores em quantidade necessária para compensar a emissão de carbono feita durante a locação. Em média, para cada tonelada de CO2 emitida, dez árvores são plantadas. 
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Desde o início do programa já foram cultivadas mais de 4,6 mil mudas de espécies brasileiras, como embaúba, cedro, jacarandá e jatobá, na região de Piracaia, no interior do Estado de São Paulo. ?O público do mercado de locação é muito corporativo?, diz Lucila Castro, diretora-comercial da Movida. ?Com o programa, tentamos transformar a locação em uma experiência mais pessoal, para atrairmos o cliente pessoa física.? Para reforçar a aposta verde, serão distribuídas dez mil sementes para todos os usuários em junho deste ano. 
15 - Marfrig
A água é imprescindível em todos os processos produtivos. Quando o assunto é o setor pecuário, esse insumo é ainda mais vital. Foi pensando nisso que a direção do grupo frigorífico Marfrig decidiu mapear seu consumo de água, por meio do levantamento de sua ?Pegada Hídrica?, em 2009. Esse processo pressupõe a mensuração da quantidade de água utilizada em toda a cadeia produtiva, da origem dos insumos agrícolas, como milho e soja, até o abate e processamento dos animais. 
O projeto-piloto está sendo tocado em duas unidades industriais: uma de processamento de aves, em Amparo (SP), e outra destinada a bovinos, em Bataguassu (MS). ?Vamos descobrir quanto de água está sendo transformado em produto e quanto é desperdiçado?, diz Clever Pirola Ávila, diretor de sustentabilidade do Marfrig. ?O objetivo final é buscar formas de produzir, gastando cada vez menos água.? Os primeiros resultados serão conhecidos até o final deste semestre. O objetivo é usar o estudo também para reduzir seus custos de produção. 
16 - Volkswagen
Há dois anos, a Volkswagen do Brasil anunciou a intenção de investir na construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Hoje esse projeto começa a gerar resultados. Graças à PCH Anhanguera, a montadora se habilitou a emitir Certificado de Emissões Reduzidas (CER), da Organização das Nações Unidas, que a credencia a vender créditos de carbono gerados pelo empreendimento. ?É um incentivo para que as empresas invistam em energia limpa e renovável?, diz Carsten Isensee, vice-presidente de finanças e estratégia corporativa da Volkswagen do Brasil. 
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A direção da montadora alemã encara a gestão dos insumos estratégicos como vital. Tanto que pretende ampliar essa vertente. Em dezembro, a Volkswagen anunciou o investimento de R$ 160 milhões na PCH Monjolinho, no rio Sapucaí, entre as cidades de Ipuã e Ituverava, no interior de São Paulo. Sua entrada em operação está prevista para meados de 2014. A partir daí, a Volkswagen vai receber dessa fonte 40% da energia utilizada por suas fábricas situadas no País. Hoje esse patamar está em 20%. 
17 - Hospital Sabará
A papelada resultante de um tratamento médico, que inclui receituário e resultados de exame, exige espaço, muito espaço, para ser armazenada. A direção do Hospital Sabará, de São Paulo, viu na melhoria desse problema uma oportunidade de tornar mais ágil a gestão do negócio. Para isso, está investindo R$ 1,2 milhão na criação do prontuário eletrônico. Isso começou a ser colocado em prática em fevereiro deste ano. 
A meta é digitalizar os processos de assistência aos pacientes até o fim de junho. Logo depois, começa a iniciativa para acabar com o papel na área administrativa do hospital. Até o fim do ano, 70% das 600 mil folhas impressas serão eliminadas. As seguradoras SulAmérica e Bradesco Seguros, duas das principais clientes do Sabará, não exigem mais documentos em papel. 
18 - Sky
Controladas pelo tráfico de drogas, as comunidades carentes do Rio de Janeiro foram redutos dos ?gatonets?, empresas piratas que faziam ligações ilegais de tevê por assinatura. Esse ambiente, porém, sempre foi visto como uma oportunidade de negócios para a operadora de tevê por assinatura Sky. Prova disso é que a empresa foi uma das primeiras a investir em comunidades cariocas que receberam as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). A Sky começou a atuar na Cidade de Deus no fim de 2010. 
Hoje já está presente em 16 comunidades. Somente para a Rocinha, a maior favela da América Latina, a Sky enviou 300 representantes comerciais. Além do esforço comercial, adaptou sua oferta de serviços. O pacote básico de assinatura, com dez canais, teve uma redução de 20% de desconto, válido apenas para essas áreas. ?Não é uma oferta por tempo limitado?, diz Sérgio Ribeiro, diretor comercial da Sky. 
19 - Itaú Unibanco
Por qualquer medida, o consumo do banco Itaú Unibanco é grande. Em 2011, seu gasto de eletricidade foi de 613,5 mil megawatts-hora, o equivalente ao de 730 mil chuveiros elétricos ligados ao longo de um ano, em demorados banhos diários de 40 minutos. O polo administrativo do banco, no bairro do Jabaquara, em São Paulo, abriga 20 mil pessoas e consome muita energia em razão do uso intensivo de computadores e equipamentos eletrônicos. Em um cenário assim, qualquer pequena economia tem um impacto muito grande. ?Não é uma questão de simplesmente reduzir o uso, tudo passa pela mudança de todos os processos?, diz Denise Hills, superintendente de sustentabilidade do banco. 
Um exemplo é o uso do ar-condicionado, onipresente nas 3.800 de agências do banco. ?Se eu mandar desligar o ar, o gerente da agência em Curitiba não reclama, mas o de Manaus vai querer me matar?, afirma Denise. Para evitar atritos, o banco desenvolveu fórmulas para calcular a temperatura ideal em cada agência, considerando o clima, tamanho e fluxo de pessoas. A fórmula foi aplicada em 840 agências em 2011. A meta para este ano é estender sua aplicação para mais 421. Algo semelhante foi feito com a água. ?Instalamos redutores de vazão em todas as torneiras, e baixamos o consumo de água de 12 litros por minuto para 2,5 litros?, diz a executiva. 
20 - Microsoft
O mundo da tecnologia da informação sempre pareceu um território distante para quem não é iniciado nessa área. Para traduzir essa linguagem, que parece demasiadamente hermética para os ouvidos de gestores e donos de empresas que não atuam nesse ramo, a subsidiária da Microsoft montou, em janeiro, uma unidade do Centro de Tecnologia Microsoft (CTM) em sua filial da cidade de São Paulo. O centro consumiu investimentos de US$ 10 milhões e foi o segundo do gênero na América Latina ? o primeiro havia sido aberto no México, em novembro de 2011. ?Esse espaço permite que mostremos, na prática, todas as tecnologias que compõem nosso portfólio?, afirma Fábio Souto, diretor do CTM. 
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O executivo não revela os números envolvidos nesse trabalho, considerados estratégicos para a companhia. Ele, contudo, dá algumas pistas: 93% dos empresários que assistiram às apresentações nesse novo formato deram nota máxima na pesquisa feita após o encontro. ?A grande diferença é que os clientes podem experimentar, na prática, nossas tecnologias?, afirma. Um dos exemplos ocorreu com a apresentação do #ProDef, dispositivo que permite a comunicação telefônica entre deficientes auditivos, produzido pela brasileira Proativa. 
Parcerias

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21 - Banco do Brasil
O Banco do Brasil é o maior financiador da agricultura no País. Mas em seus investimentos sociais, seus objetivos não são simplesmente financeiros. O importante, nesse caso, é garantir que os recursos sejam utilizados para elevar a renda e o padrão social das comunidades pobres. O foco principal é a organização de cadeias produtivas, para organizar as pessoas em cooperativas que agreguem valor a atividades que já eram desenvolvidas na forma mais primária, como a agricultura. É o caso, por exemplo, de uma fecularia instalada em Vitória da Conquista, no interior da Bahia, ao custo de R$ 5,6 milhões, que permite transformar a mandioca plantada por pequenos agricultores não apenas em farinha, mas também em fécula, um insumo industrial de maior valor. 
?Procuramos investir na agroindustrialização para aumentar a renda dos produtores?, diz Jorge Streit, presidente da Fundação Banco do Brasil. A entidade tem um orçamento anual de R$ 140 milhões, proveniente do BB, e desde 2003 vem apostando na estruturação de cadeias produtivas. Depois que as cooperativas já estão funcionando, uma equipe acompanha os projetos, em visitas constantes, para que as novas empresas não naufraguem por falta de experiência empresarial de seus controladores. 
22 - BM&FBovespa 
O investidor da BM&FBovespa que optou por colocar seu dinheiro em ações de empresas sustentáveis vem sendo recompensado. No período de 12 meses encerrado em abril, enquanto o Ibovespa caiu 6,52%, o Índice de Sustentabilidade Empresarial, composto por 38 empresas que atuam de forma responsável nos campos social e ambiental, se valorizou 8,4%. Essa não é a única oportunidade para ganhar com o mercado acionário. Bons dividendos também podem ser conseguidos por quem deseja investir em projetos sociais. 
Para isso, basta apostar na Bolsa de Valores Socioambientais (BVSA), que possui uma carteira composta por 15 projetos. ?É tudo bastante transparente, com o doador podendo acompanhar o volume arrecadado em cada iniciativa?, afirma Sônia Favaretto, diretora de sustentabilidade da BM&FBovespa. Criada em 2003, a BVSA virou referência mundial para o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas e foi copiada pelas bolsas de Johannesburgo, na África do Sul, e Lisboa, em Portugal. Desde então já arrecadou R$ 12,3 milhões, para financiar 104 iniciativas. 
23 - Carglass
A Carglass, especializada na troca e reparo de vidros automotivos, recolheu duas mil toneladas de para-brisas quebrados em sua rede de 65 lojas, em 2011. A expectativa é de que esse número cresça 10% neste ano. A gestão de resíduos faz parte do projeto Ecoglass, implantado por ela há mais de dez anos, mas que ganhou impulso a partir de 2007. Ele consiste na separação prévia dos vidros provenientes das trocas de para-brisa realizadas pela Carglass. 
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O material é enviado para uma empresa especializada, que consegue reaproveitar 90% do material. Essa dobradinha permite não apenas praticamente zerar a produção de resíduos da Carglass como também alimentar o ciclo de reciclagem de vidro. ?O processo gera grande benefício ao meio ambiente, pois o vidro pode levar até quatro mil anos para se decompor?, afirma Daniel Capeloza, diretor de marketing da empresa no Brasil. 
24 - Danone
A ONG Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre) estima que 1,5 milhão de pessoas vivam exclusivamente da venda de materiais recicláveis. Mais conhecidos como catadores, esses trabalhadores têm pouca capacidade gerencial e empresarial. Por conta disso, sua renda dificilmente ultrapassa a faixa de um salário mínimo. Na tentativa de dobrar o rendimento desse grupo, a fabricante francesa de laticínios Danone criou o projeto Novo Ciclo, que está sendo implantado em 23 cidades do sul do Estado de Minas Gerais. 
Segundo Adriana Matarazzo, diretora de sustentabilidade da empresa, a ideia é melhorar as condições de comercialização dos materiais recolhidos pelas cooperativas. ?Vamos ajudar 25 cooperativas a vender produtos de uma só vez?, diz a executiva. ?Dessa forma, o material poderá ser oferecido a grandes compradores, garantindo uma receita maior para as entidades.? A iniciativa não deve se restringir apenas à organização da venda dos produtos. ?Boa parte das cooperativas não tem conhecimento de mecanismos de gestão?, afirma Adriana. ?Por isso, ensinamos como organizar o fluxo de estoque, de caixa e a organização das contas.? 
25 - GE
A GE escolheu o Brasil para sediar seu quinto centro global de pesquisas, colocando o País no seleto grupo que conta hoje com EUA, Índia, China e Alemanha. Trata-se de um projeto estratégico e de grande porte, que ocupará, quando concluído, em 2013, uma área total de 13 mil m² no Polo Tecnológico do Fundão, no Rio de Janeiro. As obras ainda não começaram, mas o centro já está em operação desde setembro de 2011. Isso foi possível graças a uma parceria entre a empresa americana e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pelo acordo, cerca de 50 pesquisadores da GE estão dando expediente em uma área reservada das instalações da universidade, que fica próximo ao local onde será construída a unidade de pesquisa.  
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Além de abrigar provisoriamente o projeto, a união entre as partes envolve também a absorção de capital humano para futuros projetos. Afinal, o centro vai demandar a contratação de pesquisadores e profissionais com alta qualificação em diversas áreas, como engenharia, matemática, geologia, física e ciências. ?Por isso, a parceria com universidades como a UFRJ é tão importante?, afirma Reinaldo Garcia, presidente da GE para a América Latina. ?Pretendemos nos aproximar também de outras instituições de ensino, além de clientes e fornecedores, para desenvolver projetos e trocar experiências.?
26 - Embraer
Durante muitos anos, empresas e universidades atuaram em campos distintos. Isso, no entanto, começa a mudar graças à formação de parcerias para acelerar o desenvolvimento de tecnologias e até mesmo de produtos de consumo. Um dos exemplos dessa nova mentalidade é o acordo envolvendo a Embraer, a americana Boeing e o Fundo de Amparo à Pesquisa de São Paulo. O objetivo é buscar fórmulas para reduzir os impactos ao meio ambiente causados pelo setor. A meta é desenvolver uma opção ao querosene, que tenha custo competitivo e desempenho similar aos combustíveis de origem fóssil. 
Para isso, foi assinado um protocolo de intenções com o objetivo de estudar a viabilidade de instalação de um centro de pesquisas dedicado ao tema. ?Parcerias como essa são importantes para manter uma indústria como a nossa na vanguarda tecnológica?, afirma Mauro Kern, vice-presidente-executivo de tecnologia e engenharia da Embraer. ?Só no Brasil, a Embraer tem hoje programas com mais de 15 universidades.? A meta das empresas é cortar pela metade as emissões de carbono do setor de aviação até 2050. A Embraer, aliás, é pioneira na produção, em escala comercial, de aeronaves movidas a combustíveis renováveis. Seu avião agrícola Ipanema é movido a etanol. 
27 - Golden Tecnologia
A empresa química Golden Tecnologia conseguiu unir inovação, sustentabilidade e negócios em uma só tacada. Neste ano, a companhia sediada em Potim, no interior de São Paulo, patenteou a tecnologia Dye Clean (tintura limpa), que reutiliza a água usada nos banhos de tintura de tecidos. Isso permite uma redução de até 80% no consumo de água e até 50% no volume de produtos químicos em relação ao processo convencional. Além disso, a empresa poderá receber royalties de companhias interessadas em utilizar essa tecnologia. Hoje, ela já possui patentes em Portugal, Itália e outros seis países. 
Em outros 22 mercados, incluindo Estados Unidos e China, já existem pedidos de registro. No ano passado, a Golden faturou US$ 30 milhões e o Dye Clean já se mostrou importante do ponto de vista de ganhos. ?A patente foi responsável por 10% dos nossos resultados?, diz Lourival Santos Flor, sócio-fundador e diretor de tecnologia da Golden. A invenção é resultado de convênios mantidos com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Politécnica da Catalunha (UPC). De acordo com Santos, 15 funcionários da Golden já foram formados na instituição espanhola. 
28 - JBS
As empresas de agronegócios vivem na mira de grupos ambientalistas pelo mundo afora. No caso dos frigoríficos brasileiros, a vigilância é ainda maior por causa da utilização de terras na Amazônia para a criação de gado. Para evitar o patrulhamento de ecologistas e tornar sua atividade menos invasiva ao meio ambiente, a JBS, criada em 1953 em Anápolis, interior de Goiás, decidiu qualificar sua rede de fornecedores. Ela faz esse trabalho por intermédio do Programa de Boas Práticas Ambientais (BPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O objetivo é conscientizar seus fornecedores da importância da pecuária sustentável. Para isso, a JBS mantém uma equipe que orienta os produtores sobre como implementar boas práticas agrícolas. 
A meta é ampliar a produtividade e diminuir a pressão sobre novas áreas de pastagens. ?Já conseguimos reduzir o desmatamento em diversas áreas, além de ajudar na regularização de muitas fazendas?, diz Sérgio Sampaio, diretor operacional da JBS. Para difundir essas boas práticas, a empresa investe, por ano, cerca de R$ 3 milhões. A tecnologia também é uma aliada nesse trabalho. Atualmente, a maior parte das fazendas que fornecem matéria-prima para a companhia é monitorada via satélite. Os dados são enviados a uma empresa de auditoria, que analisa o terreno para identificar possíveis áreas de desmatamento. ?Quem age em desacordo com nossos princípios é suspensos ou até excluídos do cadastro da JBS?, afirma Sampaio.
29 - Petrobras
O chamado mundo virtual é parte importante no desenvolvimento de projetos do Sistema Galileu, que envolvem a Petrobras, 11 universidades e dois institutos de pesquisa. Os resultados desse trabalho incluem um portfólio que vai desde os softwares de engenharia para exploração de petróleo em águas profundas e simuladores virtuais de instalações submarinas até os chamados ?serious games? para o treinamento de operadores de plataforma. 
O projeto nasceu em 2006, mediante parcerias com a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a PUC-Rio, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Apenas nos últimos quatro anos, a Petrobras já investiu R$ 50 milhões nas escolas envolvidas. De acordo com Luiz Augusto Levy, gerente de tecnologia da Petrobras, há projetos muito inovadores saindo da Galileu. ?Na Universidade Federal do Maranhão, tivemos a criação de programas de avatares para visualizar operações de entrada em plataformas?, diz Levy. 
30 - Odebrecht 
O sul da Bahia possui um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. Para tentar mudar essa realidade, a Fundação Odebrecht, criada pelo grupo empresarial homônimo, resolveu ?adotar? os municípios da região. Seu trabalho consiste no estabelecimento de parcerias com prefeituras e grupos locais, como colônias de pescadores e pequenos produtores rurais. Desde 2003, esse trabalho já resultou na criação de cooperativas em 13 cidades, beneficiando diretamente 35 mil pessoas. 
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?Nosso trabalho é identificar a vocação de cada comunidade e iniciar um projeto produtivo por meio de cooperativas?, afirma Maurício Medeiros, presidente da Fundação Odebrecht. O programa conta com 30 empresas parceiras que investem R$ 100 milhões por ano. O projeto foi reconhecido pela ONU e rendeu em 2010 o Prêmio ao Serviço Público das Nações Unidas, que destaca as iniciativas que incentivam a participação social por meio de mecanismos inovadores. 
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31 - Anglo American
Uma das principais bases produtivas da mineradora britânica Anglo American, que fatura globalmente US$ 36 bilhões, fica no município de Barro Alto, no interior de Goiás. É lá que a empresa está investindo R$ 1,8 bilhão para ampliar a produção de ferroníquel. Se por um lado a obra deverá gerar dividendos, como a ampliação do número de empregos e da arrecadação de impostos, é inegável que também acarretará impactos para a região. Para mitigar os efeitos, a Anglo American aposta em programas de fortalecimento de seus laços com a comunidade. 
Para isso, firmou parceria com a Care Internacional, uma das maiores redes assistenciais do mundo. A ONG é responsável por um programa de capacitação profissional que já atendeu cerca de 500 pessoas na comunidade. O objetivo é ajudar microempreendedores na montagem do próprio negócio, oferecendo cursos e oficinas. Para dar suporte a esse trabalho, a empresa criou linhas de microcrédito para financiar pequenos empreendimentos. ?Queremos não só ser bem acolhidos como também contribuir com o desenvolvimento das pessoas que vivem na região?, afirma Juliana Rehfeld, gerente de desenvolvimento sustentável da mineradora. 
32 - Google
Até os índios se renderam ao Google. E por uma boa causa. Os integrantes da tribo suruí, que vivem na reserva Sete de Setembro, em Rondônia, estão usando o serviço Google Earth, que traz imagens via satélite da Terra, para mapear e proteger a área. Além das fotos, o Google municiou os índios com celulares equipados com carregador solar, câmera fotográfica, GPS e um aplicativo desenvolvido especialmente para a tribo, com o mapa da região. Com os equipamentos, os nativos podem mandar denúncias diretamente para os órgãos de fiscalização. A iniciativa partiu do cacique Almir Suruí. 
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Mais do que agir em prol de um movimento pela preservação da floresta, a aproximação com a tribo proporcionou ao serviço de buscas um grande acervo de informações sobre a cultura do povo indígena, além de reforçar os laços com a comunidade. ?Fomos beneficiados pela riqueza cultural da tribo e eles pela oportunidade de usar o site como uma poderosa ferramenta de globalização?, diz Felix Ximenes, diretor de comunicação do Google. Segundo o executivo, a parceria foi tão bem-sucedida que está sendo tratado como um projeto piloto. ?Já estamos iniciando trabalhos semelhantes com grupos aborígines no Canadá e uma ONG de preservação ambiental no Sri Lanka.?
33 - Mastercard
?Quer pagar quanto?? Quem não lembra desse bordão? A administradora de cartões de crédito Mastercard, no entanto, acredita que antes do que pagar é melhor saber como pagar e os juros que estão embutidos em uma prestação. Por isso, ela promove, desde 2007, um programa de educação financeira para jovens das classes D e E. 
Batizado de Consumidor Consciente, o projeto ? como o próprio nome diz ? ajuda a população de baixa renda a adquirir noções básicas de finanças e incentivar hábitos de consumo responsáveis. ?O foco está nos jovens, afinal são eles que estão começando a ter contato com o dinheiro e precisam aprender a planejar?, diz Andrea Denadai, diretora de comunicação corporativa da Mastercard. 
34 - Grupo Braido
As partidas de futebol funcionam como um verdadeiro rito de paz, celebrado toda semana pelos índios e fazendeiros do Vale do Guaporé, em Mato Grosso. A convivência pacífica é resultado de uma série de ações, por vezes singelas, adotadas pelo grupo Braido para harmonizar a convivência de seus 90 funcionários com as 25 famílias da etnia nambiquara que vivem da região. ?Percebemos que o futebol era uma boa forma de estimular a integração dos dois mundos?, diz Nelson Antônio Braido, controlador do grupo Braido. ?Por conta disso, montamos uma quadra de futebol soçaite bonitinha para todo mundo usar.? 
O projeto social do grupo, que tem negócios nos segmentos pecuário e agroquímico e administra a fazenda Estrela do Guaporé, situada na região, vai além. Na área da educação, veículos de sua frota são usados para transportar, diariamente, as crianças da etnia para escolas da cidade de Comodoro, município mais próximo da reserva. O trabalho de apoio à comunidade tem desdobramentos, ainda, no campo econômico. Um arranjo produtivo, pactuado entre as partes, garantiu aos índios o direito de utilizar viveiros da fazenda para produção de frutos nativos, como caqui. Depois de colhidos eles são comercializados na cidade. 
35 - Porto Novo
Dono de um contrato de R$ 139 milhões com a Prefeitura do Rio de Janeiro para revitalizar, até 2026, uma área de cinco milhões de metros quadrados na região portuária da capital, o consórcio Porto Novo ? formado pelas construtoras OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia ? decidiu promover uma série de oficinas profissionalizantes envolvendo a população da região. Desde junho do ano passado, já ministrou 119 programas sociais entre cursos de artesanato, aulas de dança, cursos de idiomas e atividades de reciclagem de lixo. 
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?Decidimos apostar na profissionalização e no ganho de renda dessas pessoas?, diz Tarcísio Ribeiro de Albuquerque Filho, presidente do consórcio. Neste ano, a Porto Novo fechou parcerias com o Sesi e com o Senai para ampliar sua atuação social na região. Entre as novidades estão oficinas para produção de sabonetes e velas artesanais na Igreja Monte Serrat e na UPP Providência. 
36 - Telefônica
As favelas e morros cariocas estavam, literalmente, fora do mapa. Com seus becos, vielas e ruas apertadas e sinuosas, elas eram ignoradas pelos serviços de geolocalização de internet. Mas não são mais, graças ao projeto Wikimapa, do Programa Rede Jovem, desenvolvido com o apoio da operadora de telefonia Telefônica/Vivo. Trata-se de um mapa virtual colaborativo, voltado para o levantamento de pontos de interesse das comunidades de baixa renda, em sua maioria ainda não registradas nos mapas oficiais. 
?O projeto é relevante para a produção de conhecimento específico sobre o que existe, de fato, em áreas marginalizadas?, afirma Patrícia Azevedo, coordenadora estratégica do programa Rede Jovem. Atualmente, segundo Patrícia, o Wikimapa é utilizado por órgãos públicos municipais e estaduais, que buscam as informações como base para o desenvolvimento de políticas públicas aplicadas nessas regiões. O projeto teve início no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, onde foram mapeados 2.645 pontos de interesse público. Há ainda a previsão de implantação em outras seis regiões do Rio de Janeiro e na comunidade Parque Santo Antônio, no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo.
37 - PepsiCo
O semiárido nordestino vem sendo castigado pela pior seca dos últimos 30 anos. A estiagem, que deixou mais de 830 cidades em situação de emergência, afetava 2,7 milhões de pessoas em meados de maio. Nesse cenário calamitoso, as iniciativas que garantam o abastecimento de água são bem-vindas. A americana PepsiCo, por exemplo, investirá R$ 3,5 milhões nos próximos três anos no projeto Um Milhão de Cisternas, coordenado pela ONG Articulação do Semiárido (ASA). ?Esse projeto vai além, pois educa a população pela preservação da água?, diz Cláudia Pires, gerente de sustentabilidade da PepsiCo. 
Com os recursos, a ASA poderá construir 150 cisternas de 52 mil litros voltadas à produção agrícola, garantindo a subsistência de pelo menos 750 pessoas. Mas a maior parte do dinheiro será usada para treinar as comunidades a usar adequadamente os reservatórios. ?Há famílias beneficiadas que já conseguem plantar até 18 variedades de culturas a partir da cisterna?, afirma Cláudia. Cinco Estados serão beneficiados e as cidades contempladas estão em fase de seleção. 
38 - Grupo EBX
Desde 2008, quando a comunidade do Morro Dona Marta, em Botafogo, foi pacificada, o Rio de Janeiro já implantou as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) em 19 complexos de favelas. A ocupação de áreas antes dominadas por traficantes é uma bem-sucedida política de segurança pública do Estado. Mas não são exclusivamente os policiais que chegam com seus armamentos para garantir a paz nos locais antes tomados pelo tráfico. Muito mais importante do que isso são as ações realizadas após a ocupação. 
O governo estadual passa a oferecer escolas, hospitais e saneamento básico, entre outras benfeitorias, para a população. Nesses projetos, a iniciativa privada tem papel fundamental. O grupo EBX, do empresário Eike Batista, por exemplo, é um dos principais patrocinadores das UPPs. Até 2014, a EBX investirá R$ 20 milhões, por ano, nesse projeto. O objetivo do apoio, segundo o grupo, é garantir recursos para as necessidades de logística, equipamentos e instalações do projeto.
39 - Finnet
A cidade de Belterra fica às margens do rio Tapajós, no oeste do Pará. Com pouco mais de 16 mil habitantes, ela foi uma das escolhidas para receber a expedição Bandeira Científica, da Universidade de São Paulo (USP), em 2011. Por nove dias, alunos de diversas áreas da saúde, como medicina, odontologia e psicologia, examinaram e medicaram cidadãos belterranos. Os estudantes contaram com a ajuda de um programa de computador, desenvolvido pela empresa de tecnologia Finnet. O sistema permite que os prontuários dos moradores de Belterra fiquem disponíveis pela internet. Graças a isso, era possível fazer o encaminhamento do paciente de uma especialidade para outra e agendar consultas e exames, tudo via internet. 
?O sistema permite, ainda, que os municípios da região se organizem para evitar doenças e parasitas, gera estatísticas mais confiável e rápida?, afirma Yoshimiti Matsusaki, diretor de novos negócios da Finnet. ?Doamos o sistema para alguns municípios carentes.? De acordo com Matsusaki, todo o atendimento anterior era anotado em papel. ?Era difícil transportar um monte de fichas?, diz. Agora, o profissional da saúde preenche os dados e os diagnósticos do paciente em uma página da internet. ?Os voluntários podem acompanhar a evolução clínica do paciente, pois a informação está na rede?, afirma Matsusaki. 
40 - Tortuga
A obesidade é um dos principais problemas do século 21. Não só para os adultos, mas também para as crianças, que cada vez mais consomem produtos com alto teor calórico e pouco saudáveis. Foi pensando nisso que a brasileira Tortuga, que atua na área de nutrição animal, lançou o livro ?O Segredo que Virou Notícia?. 
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Ele aborda a importância da alimentação adequada e equilibrada para a saúde e nutrição de seres humanos e de animais. O manual é distribuído gratuitamente em escolas municipais e estaduais de São Vicente, no litoral paulista. No total, serão distribuídos 18,5 mil livros, que, em breve, contarão com uma versão digital para visualização e download.
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41 - Bradesco
Em cada 20 alunos, 19 são aprovados. Esse índice que orgulha qualquer educador é realidade em 40 escolas mantidas pela Fundação Bradesco, entidade sem fins lucrativos do banco da Cidade de Deus, em Osasco. As escolas, que estão presentes em todos os Estados e no Distrito Federal, atenderam 112 mil alunos de educação básica (do ensino infantil ao médio) no ano passado. Na modalidade de educação a distância (EaD), a Fundação mantém o portal e-learning ?Escola Virtual? (www.ev.org.br), no qual 382 mil alunos concluíram pelo menos um dos 85 cursos oferecidos nas áreas de tecnologia da informação, comportamental e de formação continuada para profissionais da educação.
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Uma série de fatores explica o êxito da Fundação, que investe na formação contínua dos educadores e oferece gratuitamente material escolar, uniforme, assistência médica e odontológica para alunos da educação básica. Em 2012, a Fundação Bradesco receberá R$ 385,4 milhões de investimento, um aumento de 32% em relação ao ano passado. Em razão dessas iniciativas, o Bradesco consta no Índice Dow Jones de Sustentabilidade, a seleta lista da Bolsa de Valores de Nova York, que reúne companhias com as melhores práticas para o desenvolvimento sustentável.
42 - International Paper
A fabricante americana de papel e celulose International Paper (IP) resolveu aproveitar suas unidades industriais e florestas espalhadas pelos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul como base para suas ações de responsabilidade social, tocadas pelo Instituto International Paper. ?Não investimos em programas filantrópicos?, diz Lizzi Colla, gerente do Instituto. ?Nossa prioridade é ensinar.? Atualmente, são 14 projetos abrangendo 26 mil pessoas, nos dois Estados. Em dez anos, esses programas consumiram R$ 24 milhões. Um deles é a Escola Formare, cujas salas de aula são instaladas nas fábricas e onde acontecem cursos profissionalizantes para estudantes de famílias de baixa renda. 
As aulas são ministradas pelos próprios funcionários da companhia, no horário de expediente. Já as florestas de eucalipto plantadas pela empresa são palco de ações como o projeto Guardiões do Verde ? que capacita adolescentes em vulnerabilidade social no manejo das plantas ? e o Programa de Educação Ambiental (PEA), que todo ano recebe seis mil crianças para aulas práticas de sustentabilidade ao ar livre, em meio às árvores. Uma das ferramentas para esse trabalho são elementos de audiovisual, como a série de cartilhas e animação batizada de Guardiões da Biosfera, distribuídos em escolas públicas, que têm como foco alguns biomas nacionais: o Pantanal, a Mata Atlântica, o Cerrado e a Amazônia.
43 - Mitsubishi
O grupo Souza Ramos, que representa a montadora japonesa Mitsubishi Motors no Brasil, passou a incluir um toque social na trilha dos ralis promovidos pela marca. A principal ferramenta é a campanha de distribuição de alimentos para ONGs que atuam nas cidades nas quais as competições são realizadas. ?Procuramos sempre entidades cujo trabalho é reconhecido pela comunidade e que tenham tradição e profundo conhecimento do trabalho voluntário e assistencial?, afirma Robert Rittscher, presidente da Mitsubishi do Brasil. 
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De acordo com o executivo, para se inscrever nos campeonatos Mitsubishi Outdoor e Mitsubishi Motor Sport, voltados exclusivamente aos consumidores da marca e que reúnem, em média, 400 carros em cada etapa, é preciso doar 30 quilos de alimentos não perecíveis e pelo menos seis itens de higiene pessoal. Em razão dessa estratégia, a empresa já conseguiu distribuir cerca de 700 toneladas de alimentos ao longo de 18 anos. No ano passado, 27 entidades sociais, de 11 cidades, foram beneficiadas com as doações. Essa atividade também inclui uma troca de experiência entre os participantes dos ralis e os gestores das ONGs. Cada um deles tem de proferir uma palestra para os doadores, contando sobre o trabalho realizado pela entidade e a importância da doação.
44 - Avon
De olho nas mulheres, seu mais expressivo grupo de consumidores, a fabricante americana de cosméticos Avon resolveu abraçar as bandeiras de luta contra o câncer de mama e do combate à violência doméstica. Essas campanhas são desenvolvidas pelo Instituto Avon, seu braço de responsabilidade social, que já investiu R$ 31,7 milhões. Quase 90% desses recursos foram aplicados na construção, reforma e ampliação de centros de prevenção ao câncer de mama e na compra de mamógrafos. 
O restante foi gasto em ações educativas, como palestras e seminários. O exército de mais de um milhão de consultoras, que promovem as vendas de seus produtos pelo sistema porta a porta, também ajuda a arrecadar dinheiro para as causas sociais da Avon. ?Sempre escolhemos um cosmético por mês e destinamos 7% de suas vendas para nossos programas?, diz Lírio Cipriani, presidente do Instituto Avon. 
45 - Lojas Renner 
As iniciativas sociais da centenária rede gaúcha Lojas Renner têm na mulher seu principal investimento. Através do Instituto Renner, a empresa estabelece parcerias com ONGs. Até agora, já foram investidos R$ 5 milhões em projetos direcionados exclusivamente ao público feminino. A explicação é pragmática. ?Elas passam a olhar a empresa de um jeito diferente, com admiração?, afirma Jair Kievel, diretor-executivo do Instituto. ?O apoio aos projetos gera um respeito mútuo e o resultado é a construção de uma relação ganha-ganha fantástica.? 
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A lista de programas inclui qualificação profissional e inserção no mercado de trabalho, em parceria com empresas têxteis. Com investimento de R$ 500 mil, a Escola de Costura Renner pretende formar 800 profissionais neste ano. O alvo são as mulheres que vivem nos municípios onde a empresa atua e nos quais existe maior carência desse tipo de profissional. A lista inclui as cidades paulistas de Macatuba, Conchas e São Paulo, além de Campo Grande (MS). 
46 - Marcopolo
Apesar de a taxa de desemprego no Brasil estar em 6%, um dos níveis mais baixos da história, os jovens ainda têm dificuldade para ingressar no mercado de trabalho. Uma das alternativas para resolver esse problema são os cursos de qualificação profissional, ministrados pela iniciativa privada. Esse é caso da Marcopolo, uma das maiores fabricantes de carrocerias para ônibus do mundo, de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Em 1990, a empresa criou a Escola de Formação Profissional Marcopolo (EFPM), que oferece cursos nas áreas de mecânica e plásticos. Desde então, a EFPM já formou 820 jovens. 
?A escola permite abrir as portas do mercado de trabalho para os jovens de toda a região?, afirma Carlos Magni, diretor de recursos humanos e desenvolvimento organizacional da Marcopolo. De acordo com o executivo, muitos alunos gostam do trabalho e querem permanecer na empresa. ?Vários dos nossos atuais supervisores, engenheiros, gerentes e até diretores são ex-alunos da escola?, diz Magni. Hoje, existem seis unidades da EFPM. Três delas estão em Caxias do Sul. A quarta fica em Farroupilha, também na Serra Gaúcha, e a quinta em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. A companhia mantém, ainda, uma unidade em sua subsidiária na África do Sul.
47 - Oi
Um dos traços marcantes do Brasil é sua diversidade de hábitos e de costumes espalhados por seu território. Para interagir melhor com esses vários ?Brasis? e fixar sua marca em nível nacional, a empresa de telefonia Oi apostou na cultura. Seu engajamento foi tamanho que, em dez anos, ela se tornou uma das maiores agitadoras culturais do País. Somente no ano passado, a Oi investiu R$ 280 milhões em projetos como o Levada Oi Futuro, que promove apresentações de jovens talentos da música em um de seus centros culturais, no bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro, onde está localizada sua sede. 
Os programas financiados pela companhia são escolhidos por meio de editais. Uma banca de especialistas, que inclui jornalistas da área cultural, é responsável por selecionar os projetos. ?Além de conhecimento técnico, os jornalistas estão sempre em contato com a comunidade?, afirma George Morais, vice-presidente do Oi Futuro, braço de responsabilidade social da operadora. ?Assim conseguimos compor um mosaico de programas representativos do ponto de vista cultural e que também atenda a quesitos técnicos.? Desde 2006, mais de quatro milhões de pessoas foram beneficiadas pelos projetos do Oi Futuro.
48 - Basf 
Aprender de forma consciente, para praticar de maneira sustentável. Esse é o lema do programa de educação Atlas Ambiental Mata Viva, da divisão de agronegócio da alemã Basf. O Atlas Ambiental, um material didático desenvolvido de forma personalizada para algumas cidades, já beneficiou 35 mil jovens nos municípios paranaenses de Campo Mourão, Castro e Guarapuava, bem como em Guaíra e Bebedouro, em São Paulo, desde 2008. Nesses locais, o material é de uso obrigatório nas escolas públicas municipais e estaduais. 
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Com ele, os alunos aprendem sobre as características ambientais da região em que vivem, incluindo imagens obtidas via satélite que revelam informações sobre as matas, os rios, os animais, a urbanidade, o clima e a cultura. ?O objetivo do material, além de sensibilizar os jovens sobre a importância da sustentabilidade, é torná-los agentes de transformação, levando para fora das salas de aula as experiências aprendidas?, afirma Roberto Araújo, diretor-presidente da Fundação Espaço Eco, entidade responsável pela implementação do projeto.
49 - Accenture
Uma pesquisa do Ibope indica que cerca de 35 milhões de brasileiros maiores de 16 anos estão engajados em algum programa de voluntariado. Trata-se de um número que mostra que os brasileiros estão entre os povos mais solidários do mundo. Graças, em boa medida, à atuação do setor corporativo, por intermédio de iniciativas como a Semana a+, promovida pela filial da consultoria americana Accenture. O projeto, que já beneficiou mais de 140 mil pessoas em Curitiba, Recife e outras nove cidades nas quais a companhia atua, conta com a participação de seus oito mil funcionários, além de fornecedores. 
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De acordo com Enrique Sotto, líder da área de sustentabilidade da Accenture, cada edição da Semana a+ inclui 170 projetos, em média. Entre as iniciativas estão visitas a creches, asilos ou hospitais, além da organização de passeios de crianças em atrações como circo ou zoológicos. ?Desde o início, já contamos com a participação de 33 mil voluntários?, diz Sotto. 
50 - Suzano
O brasileiro lê, em média, quatro livros por ano, sendo que apenas um deles fora da escola, segundo a pesquisa Retrato da Leitura, divulgada neste ano. É muito pouco, se comparado com outros países. Na França, por exemplo, a média é de 11 livros por ano. Uma ação do Instituto Ecofuturo, organização mantida pela Suzano Papel e Celulose, propõe implementar bibliotecas para reverter esse quadro. O Programa Ler é Preciso, feito em parceria com a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), ONG reconhecida pela Unesco, dá um empurrão doando livros para bibliotecas. 
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Além disso, os membros da comunidade beneficiada são treinadas para gerir o acervo. ?É importante que haja uma articulação intersetorial?, diz Christine Castilho Fontelles, diretora de educação e cultura do Ecofuturo. ?Não dá para simplesmente distribuir livro e colocar um guarda na frente.? Em 12 anos, o projeto Ler é Preciso já criou 89 bibliotecas em 11 Estados brasileiros. Acompanhamentos realizados pelo Ecofuturo dão conta de que as escolas com as novas bibliotecas têm diminuição de evasão escolar de 46% e aumento na taxa de aprovação de 156%, em média.